Título: Paulistano nunca esteve tão otimista
Autor: Lorenzo,Francine
Fonte: Valor Econômico, 27/02/2012, Brasil, p. A3

Satisfeitos com a situação econômica atual e apostando em melhoras no futuro, os paulistanos elevaram em 7,5% o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da região metropolitana de São Paulo, que passou de 158,3 pontos em janeiro para 170,1 pontos em fevereiro. O resultado é o maior da série histórica apurada pela Federação do Comércio de Bens, Serviço e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que teve início em junho de 1994. A escala varia de 0 a 200 pontos, sendo que a marca 100 separa o otimismo do pessimismo.

Para Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP, os dados refletem principalmente o otimismo dos paulistanos com o mercado de trabalho. "Emprego, renda e crédito são as bases da confiança e do consumo", diz.

A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo ficou em 5,5% em janeiro, a exemplo do índice nacional, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o menor índice já registrado para o mês na região desde o início da série histórica, em 2002. O rendimento médio real da região é o mais alto entre as seis regiões pesquisadas. Em janeiro, ele ficou em R$ 1.763,70, o que representa um avanço de 2,2% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Esse valor ainda é 5,5% maior que a média nacional em janeiro, segundo a PME. A massa de rendimento médio na região metropolitana de São Paulo chegou a R$ 16,7 bilhões em janeiro, 3% a mais que há um ano.

Dos dois componentes do índice de confiança, o Índice de Condições Econômicas Atuais (ICEA), que mede o grau de satisfação dos consumidores com o momento atual da economia, foi o que teve maior elevação. A alta foi de 10,5%, com o indicador passando de 151,9 pontos em janeiro para 167,9 pontos em fevereiro. O reajuste de 14% no salário mínimo, que entrou em vigor em janeiro, explica Pina, serviu de catalisador. "Passado esse primeiro momento, as pessoas se acostumam com a renda extra. Por isso, é possível que tenhamos um ajuste para baixo no índice nos próximos meses, mesmo sem piora na situação atual", observa o assessor econômico da FecomercioSP.

No Índice de Expectativa do Consumidor (IEC), a alta foi de 5,6% em fevereiro, para 171,7 pontos, depois de registrar 162,6 pontos no mês anterior. Pina destaca que, também neste caso, o grande responsável pelo avanço foi o mercado de trabalho. "A maior parte da confiança do consumidor se baseia em emprego e renda. Há alguma influência do cenário externo, mas é pequena", diz. "O que importa é que quem está empregado não tem medo de perder o trabalho, e quem não está conta com boas perspectivas de conseguir serviço."