Título: Redução nas contas atinge mais as capitais
Autor: Rittner, Daniel
Fonte: Valor Econômico, 08/08/2006, Brasil, p. A3

A deflação nas contas de luz, explicada principalmente pelos baixos níveis do IGP-M, chegou menos a municípios do interior do que às regiões metropolitanas. A Aneel já homologou reajustes de 42 distribuidoras. Os consumidores residenciais das grandes cidades tiveram queda nas tarifas em sete das 15 concessionárias que atendem às capitais: Energipe (Aracaju), AES Sul (Porto Alegre), Eletropaulo (São Paulo), Cosern (Natal), Cemat (Cuiabá), Celesc (Florianópolis) e Copel (Curitiba).

Parte dessas distribuidoras é responsável também pelo atendimento de áreas no interior dos Estados. Na média, as 15 foram autorizadas a reajustar as contas em 1,02%. A correção vale para tarifas de baixa tensão (consumidores residenciais). O índice mais baixo foi o da Copel, que chegou a 12,71% negativos. No caso da Eletropaulo, a deflação atingiu 1,91% e foi aplicada a partir de julho.

As distribuidoras que atendem apenas municípios do interior tiveram reajustes mais altos. Na média, eles ficaram em 1,62%. Das 27 concessionárias que passaram pelo reajuste ordinário neste ano, apenas 11 puderam repassar aos consumidores a queda nas tarifas.

Com a inflação comportada, a população de algumas regiões pode ter ficado assustada com os índices altos de correção nas contas de luz. Foi o que aconteceu com a Cataguazes, de Minas, que obteve reajuste de 13,94%. Ou da Santa Maria do Espírito Santo (10,55%).

Para os consumidores de alta tensão, como indústrias, também houve diferença. As distribuidoras que atendem às capitais reajustaram as tarifas em 9,05%, na média. Os consumidores industriais do interior pagaram mais caro: alta foi, na média, de 10,25%.

Não há um motivo único para explicar o contraste entre os reajustes. Além da forte influência do IGP-M sobre a correção anual, pesam a queda do dólar para as distribuidoras do Centro-Sul (que compram energia de Itaipu, cotada em moeda estrangeira) e os contratos de compra de eletricidade nos leilões feitos com as empresas geradoras. (DR)