Título: Preços atraentes levam produtor a reter vendas
Autor: Scaramuzzo, Mônica
Fonte: Valor Econômico, 22/08/2006, Agronegócios, p. B11

As recentes altas dos preços do café nas bolsas internacionais devem estimular os produtores a reter as vendas do grão. Segundo Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, de Santos (SP), as recentes medidas do governo federal de apoio à cafeicultura estão dando suporte para que os produtores esperem o melhor momento para comercializar o produto.

Na sexta-feira, o Conselho Monetário Nacional (CMN) a ampliação do limite de financiamento para estocagem ao produtor que era de R$ 140 mil para até R$ 750 mil, com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). O CMN também autorizou a elevação do limite de financiamento para colheita, que passou de R$ 140 mil para R$ 200 mil por produtor.

Ontem, os preços do café robusta aumentaram quase 4%, atingindo na bolsa de Londres a maior alta dos últimos sete anos, em razão dos estoques apertados de café robusta no Vietnã - principal produtor mundial deste tipo de grão, segundo o "Financial Times". Os contratos para novembro fecharam a US$ 1.535 a tonelada, aumento de US$ 69. Neste mês, o café robusta acumula alta de 16,5%. No ano, valorização de 29,75%.

Na bolsa de Nova York, onde são negociados o café tipo arábica, os contratos para dezembro fecharam a US$ 1,1095 a libra-peso, com aumento de 380 pontos. No mês, o café arábica acumula alta de 7,25%. No ano, registra valorização de 1,5%.

Segundo o relatório do Escritório Carvalhaes, a produção mundial de café robusta na safra 2005/06 ficou abaixo do consumo. Na safra 2006/07, a produção deve ser maio, crescendo 3,1 milhões de sacas, para 46,8 milhões de sacas. Mesmo com o aumento da produção, o quadro de oferta e demanda deve se manter apertado.

O Brasil é o segundo maior produtor de café robusta, mas boa parte da produção é consumida no mercado interno, de acordo com Eduardo Carvalhaes.

No mercado interno, a saca de 60 quilos do café de boa qualidade está cotada entre R$ 240 a R$ 245. Amanhã, o governo deve ofertar 25 mil sacas de seus estoques oficiais por meio de leilão eletrônico. (MS)