Título: Reconstrução após conflito abre oportunidades
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Fonte: Valor Econômico, 25/09/2006, Internacional, p. A11

Após promover uma feira de negócios entre empresários brasileiros e iraquianos, a Apex prepara nova investida comercial num país que acaba de emergir da guerra: o Líbano. "Tínhamos programado este mês um evento de moda em Beirute, com roupas, calçados e jóias do Brasil. Com a guerra, mudamos o foco. Agora estamos preparando um evento para ajudar na reconstrução", diz Juan Quirós, presidente da Apex, órgão do Ministério do Desenvolvimento.

Ele lembra que, após qualquer conflito, abre-se uma janela de oportunidades para fornecedores. A demanda maior costuma ser por alimentos, material de construção, equipamento médico-hospitalar, vestuário e calçados. Setores nos quais o Brasil é bem competitivo.

No fim de 2005, a Apex promoveu na Jordânia a Rebuilding Iraq. A Jordânia foi escolhida pois insegurança em solo iraquiano inviabilizaria o encontro. Em três dias, foram fechados US$ 244,5 milhões em negócios, e 1.500 pessoas passaram pelo evento. Os resultados continuam a aparecer. Entre janeiro e agosto de 2006, as exportações brasileiras para o Iraque somaram US$ 52 milhões, ante US$ 16 milhões no mesmo período de 2005.

A expectativa agora é reerguer o comércio com o Líbano, interrompido pelos ataques e pelo bloqueio naval e aéreo imposto por Israel, que isolou a economia libanesa. Empresas que mantinham fluxo constante de embarques tiveram dificuldades com as restrições. Muitas foram obrigadas a redirecionar cargas para países vizinhos ou trazê-las de volta ao Brasil.

Outro foco da Apex é a região dos Bálcãs, região devastada pelas guerras na extinta Iugoslávia. Quirós visitou recentemente Sérvia, Croácia e Bulgária. "A região tem 50 milhões de consumidores e ainda precisa reconstruir prédios, infra-estrutura, portos, aeroportos. E, diferentemente de países como Sudão e Haiti, lá o poder aquisitivo é mais alto." Segundo Quirós, o governo croata ofereceu à Apex uma área num porto que era usado pelas forças da Otan e que poderia se tornar um entreposto para empresas brasileiras na região.(MMS)