Título: Químicos pedem 5% e metalúrgicos, 10%
Autor: Maia, Samantha e Bueno, Sérgio
Fonte: Valor Econômico, 09/10/2006, Brasil, p. A3

Grandes categorias com data-base no último trimestre também já deram início à campanha salarial, como os químicos e metalúrgico de São Paulo, mas ainda estão no início do processo de negociação. Os petroleiros, com data-base em setembro, só começaram a negociar agora.

Os trabalhadores na indústria química de São Paulo, com data-base em novembro, entregaram para a Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) uma pauta de reivindicações que inclui além da reposição integral da inflação um reajuste de 5% e o pagamento de uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no valor equivalente a três pisos salariais da categoria. Hoje, sem o aumento proposto, o piso está em R$ 627.

Sérgio Luiz Leite, secretário-executivo da Federação dos Químicos de São Paulo, acredita que o bom desempenho do setor e a inflação mais baixa vão ajudar a negociação deste ano a superar os 2,58% de aumento real obtidos no ano passado, quando a inflação que corroeu o salário dos químicos foi de 5,42%. Para 2006, a previsão da Federação é que o INPC acumulado de novembro a outubro fique em 2,88%. "É claro que as empresas têm reclamado do câmbio valorizado e da dificuldade de exportar, mas os resultados continuam sendo bons e ainda há muita gordura para queimar", avalia o sindicalista.

Os metalúrgicos de São Paulo, com data-base em novembro, entregaram na quinta-feira proposta aos empresários, que ficaram de marcar novo encontro ainda esta semana. O sindicato reivindica um reajuste salarial de 10%. "Sabemos que não será fácil, mas não podemos fazer a negociação com parâmetros baixos, pois setores importantes, como siderurgia e automóveis, estão apresentando bons resultados", diz Eleno Bezerra, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. A expectativa é que até o dia 25 deste mês eles consigam fechar algum acordo.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) também já entregou sua proposta à Petrobras no fim de setembro. Os trabalhadores querem um aumento de 10%, sendo 2,8% referentes à inflação acumulada pelo Índice de Custo de Vida (ICV) medido pelo Dieese e o restante ganhos reais.

Na semana passada houve uma reunião com a Petrobras e agora os petroleiros esperam uma contraproposta da empresa. Além do reajuste, eles reivindicam a criação de um piso para a categoria no valor de R$ 831, mais o reajuste que for acordado neste ano. A data-base da categoria é setembro, mas, segundo o coordenador da FUP, Hélio Seidel, é comum o acordo só ser fechado no início de novembro.