Título: Fabricantes investem para desenvolver equipamentos
Autor: Rittner, Daniel
Fonte: Valor Econômico, 10/10/2006, Empresas, p. B3

Os fabricantes de televisores já começaram a se preparar para o dia 3 de dezembro, data em que a TV digital será transmitida comercialmente no Brasil. O vice-presidente da divisão de eletrônicos de consumo da Philips, José Fuentes, afirma que irá investir US$ 25 milhões no desenvolvimento de produtos digitais. Benjamin Sicsú, vice-presidente da Samsung no Brasil, calcula que a multinacional coreana irá investir, no mínimo, US$ 15 milhões para desenvolver a tecnologia que será utilizada pelo Brasil, que optou pelo padrão japonês.

"Nós já estamos nos preparando para a TV digital. Desde julho, todos os nossos televisores de plasma e LCD fabricados em Manaus são HD Ready (preparadas para transmitir imagens em alta definição)", afirma Fuentes. A empresa também começou a fabricar um televisor de tubo de 29 polegadas com alta definição.

Os aparelhos HD Ready reproduzem imagens com pelo menos 720 linhas. Este é número mínimo de linhas necessário para que o espectador veja uma imagem em alta definição. Muitos das TVs de plasma e LCD, porém, não têm esse número de linhas.

Ao oferecer os aparelhos com HD, a Philips quer capturar aquele consumidor indeciso, que poderá adiar a compra do televisor à espera de uma melhor definição em torno da tecnologia. "O HD é apólice de seguro de que o consumidor irá ver a TV digital quando ela for lançada, em dezembro", afirma Fuentes. No entanto, o foco inicial da Philips será a produção dos conversores, que devem ser lançados no segundo semestre de 2007.

Um dos maiores desafios da indústria será produzir um conversor que tenha um preço acessível aos consumidores brasileiros. "Haverá conversores de diversos tipos, desde o mais básico até os mais sofisticados", afirma Fuentes.

Estima-se que, para caber no bolso da classe C, a prestação do aparelho tenha de custar R$ 10 ou R$ 15 por mês. Segundo Walter Duran , gerente para América Latina da Philips, 90% do parque instalado brasileiro, são de televisores de 14 e 20 polegadas.

As indústrias terão de conciliar a baixa realidade da renda dos brasileiros com a alta tecnologia envolvida no desenvolvimento dos produtos. "O Brasil escolheu uma nova tecnologia, a mais avançada. É um desafio enorme porque, em muitos aspectos, ela ainda não foi implementada comercialmente, como o padrão de compressão das imagens", pondera o vice-presidente da Samsung.