Título: Lucro líquido do 4º trimestre salva o ano da Braskem
Autor: Vieira, André
Fonte: Valor Econômico, 09/02/2007, Empresas, p. B6

A Braskem viu seus resultados financeiros melhorarem no último trimestre de 2006, o que levou a petroquímica do grupo Odebrecht a um lucro líquido anual de R$ 84 milhões. No quarto trimestre do ano passado, o ganho líquido foi de R$ 78 milhões.

Mas o resultado do ano caiu drasticamente em relação aos R$ 680 milhões de 2005. A empresa teria registrado prejuízo anual se não tivesse contado com uma receita operacional de R$ 157 milhões decorrente da reversão de uma provisão de PIS/Cofins. O valor da ação julgada à favor da Braskem, no início de 2006, era de R$ 112 milhões. A receita líquida da Braskem somou R$ 11,8 bilhões, queda de 2%.

Ao longo do ano passado, as petroquímicas tiveram seus balanços afetados pela forte alta, principalmente no segundo trimestre, dos preços das matérias-primas derivadas do petróleo, como a nafta. Para a Braskem, o impacto no ano dos custos com a compra das matérias-primas foi de US$ 300 milhões. O preço médio da nafta aumentou de US$ 489 por tonelada em 2005 para US$ 557 por tonelada em 2006, alta de 14%.

Confiante para 2007, o presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, disse esperar que o desempenho da empresa repita o quarto trimestre. O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida) foi de R$ 530 milhões no último trimestre do ano. "Tivemos no período a melhor margem Lajida de 2006, que voltou para 18% e que tem sido a marca histórica da empresa", disse o presidente da Braskem. A margem evoluiu 3,5 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre. No ano, a margem Lajida ficou em 14%.

"O resultado do ano ficará mais em linha do que aconteceu no quarto trimestre", reiterou o vice-presidente da Braskem, Carlos Fadigas, que substituiu Paul Altit no comando da área de finanças e de relações com investidores.

A alta nos preços das resinas e a queda no valor das matérias-primas, principalmente a nafta vendida pela Petrobras e o eteno e o propeno da Copesul, deram um alívio à empresa no fim do ano. Para 2007, José Carlos Grubisich disse que a expectativa é que os preços das resinas sejam mantidos ao passo que o custo da nafta seja reduzido.

Diante da queda recente no preço da nafta no mercado - decorrente da queda no preço do barril de petróleo -, ele afirmou que poderá ocorrer uma pequena variação no preço das resinas no curto prazo, mas salientou que a indicação é de manutenção dos preços. "Estamos mantendo em fevereiro os preços de janeiro", informou.

A Braskem prevê investimentos de R$ 550 milhões para 2007, abaixo dos R$ 719 milhões aportados no ano passado. A queda no valor, segundo o presidente da Braskem, é conseqüência do fim da implantação dos programas de sinergia e do sistema de gestão. A empresa decidirá até o fim do ano se investirá na Venezuela.