Título: Haddad mira em vice de tucano e ataca gestão Kassab
Autor: Ferreira, Carine
Fonte: Valor Econômico, 15/10/2012, Política, p. A7

Na véspera da retomada do programa eleitoral no rádio e na televisão, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, mirou ontem no vice de José Serra (PSDB), Alexandre Schneider (PSD), ex-secretário municipal de Educação, e criticou a situação dessa área na cidade. O petista reforçou os ataques ao governo do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e ao adversário tucano. Segundo Haddad, Serra "não tem propostas" para São Paulo.

Ao fazer uma carreata ontem no Jaçanã, zona norte, Haddad reclamou da gestão da educação no município e comparou a cidade à Teresina. Ex-ministro da Educação, disse que a qualidade do ensino na capital paulista é pior que a da capital piauiense, que recebe menos recursos para financiar essa área. Haddad disse que, se eleito, criará 31 centros universitários - polos da Universidade Aberta, que já somam, segundo Haddad, 600 unidades no Brasil e nenhuma em São Paulo. Esses polos devem oferecer cursos de especialização, mestrado e doutorado a professores das redes municipal e estadual.

O candidato criticou ainda o déficit de vagas nas creches, estimado em 150 mil, e disse que trará, se eleito, R$ 250 milhões do Ministério da Educação para a cidade.

Em ataque ao candidato do PSDB, Haddad disse que foi o único a apresentar um programa de governo e apontou que o adversário não tem projetos. "Se a pessoa não apresentou proposta, vai apresentar quando? Depois da eleição?", indagou, em entrevista. O petista enfatizou que tem um "programa político claro" e que representa "a mudança" em relação ao prefeito Kassab.

Indagado sobre o "kit gay" - material de combate à homofobia criado durante sua gestão no Ministério da Educação e alvo de polêmicas-, Haddad disse que o tema está sendo usado por seu adversário para fazer um "ataque pessoal" e disse que não iria mais falar sobre o tema. "Ele [Serra] sempre distorce a informação. Estou cansado desse tipo de ataque". Questionado se faria um material semelhante ao "kit gay" se eleito, afirmou que a prefeitura tem o material de combate à homofobia e que ele é constitucional. "Vamos parar de discutir coisa sem importância, que já está resolvida".