Título: Emprego formal cresce 4,7% no ano passado
Autor: Galvão, Arnaldo
Fonte: Valor Econômico, 08/02/2007, Brasil, p. A6

A criação de emprego formal com carteira de trabalho assinada desacelerou em 2006. O governo divulgou ontem os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e informou que o saldo entre contratações e demissões foi positivo em 1,228 milhão de postos no ano passado. Isso significa queda de 2,01% na comparação com o saldo de 2005: 1,253 milhão. Na comparação com o estoque desse tipo de emprego - em 2005, estavam empregados com carteira assinada 27,285 milhões de pessoas -, o emprego formal cresceu 4,71% no ano passado.

Marinho disse que o ano passado foi "razoável" porque o saldo de novos empregos do Caged ficou muito próximo ao de 2005, mas poderia ter sido melhor se os juros fossem menores e o câmbio mais ajustado. A previsão dele é que 2007 terá desempenho melhor que o de 2006.

O ministro do Trabalho voltou a estimar que o primeiro mandato do presidente Lula teve criação absoluta de aproximadamente 8,5 milhões de empregos. Isso considerando vagas formais, informais, funcionalismo público e militares. Os números definitivos somente serão apurados com as pesquisas Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), no segundo semestre. Contando somente os postos com carteira assinada, os primeiros quatro anos de Lula tiveram criação de 4,65 milhões de empregos.

"A geração de empregos no governo Lula foi bem maior que no governo FHC porque acompanhou um modelo de desenvolvimento diferente, com mais renda, mais consumo e com o crescimento beneficiando outras regiões, principalmente o Nordeste", analisou Marinho.

O Ministério do Trabalho informou que, no primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (1994-1998), o saldo do Caged foi negativo em 1,018 milhão de empregos. No seu segundo mandato (1998-2002), o saldo foi positivo em 1,815 milhão. Marinho também disse que, em 2006, o aumento do emprego formal celetista ocorreu em todas as faixas de salário, mas foi maior na base.

Em 2006, os setores que mais contribuíram para o saldo de mais de 1,2 milhão de empregos do Caged foram serviços (521.609), comércio (336.7940, indústria (250.239) e construção (85.796). A agropecuária gerou apenas 6.574 vagas, mas mostrou recuperação sobre o resultado de 2005, que teve, nesse setor, redução de 12.878 postos de trabalho formais.

Na opinião de Marinho, serviços e comércio vão manter o bom desempenho este ano, mas a recuperação também será relevante na indústria, na construção e na agropecuária.

Na indústria, o destaque de 2006 foi para o segmento de alimentos e bebidas, que contribuiu com saldo positivo de 97.012 postos. Em seguida, vem a metalurgia, com 30.994 vagas e a indústria têxtil e de vestuário, com 28.165 empregos criados, apesar do impacto negativo do câmbio. O ponto negativo ficou para a indústria de calçados que apresentou, no ano passado, eliminação de 401 vagas. Mesmo assim, o setor de calçados mostrou recuperação porque, em 2005, fechou 15.720 postos de trabalho.

No aspecto regional, o Sudeste criou o maior número de empregos formais com carteira de trabalho assinada em 2006, com 773.048 postos. Foi seguido do Sul, com 199.817 vagas e pelo Nordeste, com 166.866 empregos.

Segundo o Caged, todos os Estados tiveram saldo positivo para o emprego no ano passado. Os principais foram: São Paulo (472.627), Minas Gerais (152.294), Rio de Janeiro (116.158), Paraná (86.396) Santa Catarina (61.322) e Rio Grande do Sul (52.099). As regiões metropolitanas geraram 564.123 vagas, resultado melhor que o do interior, que contribuiu com saldo de 433.791 postos de trabalho com carteira assinada ao longo do ano passado.