Título: Ribeirão Preto reelege Dárcy Vera com 52% dos votos
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Fonte: Valor Econômico, 29/10/2012, Política, p. A16

Ribeirão Preto, a oitava maior cidade do Estado de São Paulo, com 619,7 mil habitantes, reelegeu ontem Dárcy Vera (PSD), com 51,97% dos votos válidos. O candidato do PSDB, Duarte Nogueira, ficou com 48,03% do total.

Foram 155.265 votos para Dárcy, o equivalente a 11.749 votos a mais do que Nogueira.

Dona do 30º maior Produto Interno Bruto (PIB) do país, Ribeirão teve 22,09% de abstenção. Votos em branco foram 2,46% e nulos 6,14% do total. O PIB per capita de Ribeirão Preto, em 2009, era de R$ 26 mil, ou 54% superior à média nacional, de R$ 16,9 mil.

Em Franca, a cerca de 90 km de Ribeirão, o candidato do PSDB, Alexandre Ferreira, venceu com 57,98% dos votos válidos. A candidata pelo PP, delegada Graciela Ambrósio, ficou com 42,02%. Foi a primeira vez que a "capital nacional do calçado masculino" teve o segundo turno na disputa pela prefeitura.

Ferreira recebeu 95.267 votos, ou 26.213 a mais do que Graciela. Votos em branco responderam por 4,13% e os nulos por 4,37% do total. O nível de abstenção ficou em 19,83%.

Em Santo André, na Grande São Paulo, com orçamento de R$ 3 bilhões, o candidato petista Carlos Grana foi eleito prefeito, com 53,92% dos votos válidos. O atual prefeito da cidade Aidan Ravin, do PTB, ficou com os 46,08% restantes. Do total, os votos válidos somaram 85,65%, os em branco 4,24% e os nulos 10,11%. A concorrência entre os partidos no município já é quase tradição.

No início da apuração, o petebista estava na frente da disputa, mas a situação virou e o petista confirmou o resultado apontado no primeiro turno.

As pesquisas de intenção de voto mostraram a queda na diferença entre os candidatos nos últimos dias. A primeira sondagem do "Diário do Grande ABC", do dia 18, Grana tinha 44,4% da preferência do eleitorado, enquanto o oponente tinha apenas 33,7% das intenções. No último estudo divulgado no dia 27 a diferença tinha caído: o petista tinha 41,3% das intenções e o petebista 36,1%.

Em Guarulhos, também na Grande São Paulo, o PT reelegeu o prefeito Sebastião Almeida, com 60,73 % dos votos válidos. Almeida disputou as eleições com Carlos Roberto (PSDB), que ficou com 39,27% dos votos válidos. O resultado confirmou as pesquisas de intenção de voto, que já apontavam 62% para o atual prefeito.

Já Diadema aparece não só entre os municípios em que as reviravoltas eleitorais deram o tom no segundo turno da eleição municipal, como é a cidade que encerrou a mais longa hegemonia municipal do PT. Com 60,44% dos votos válidos, Lauro Michels, do PV, colocou ontem um ponto final aos planos de reeleição de Mario Reali e, de quebra, a um período de 12 anos do Partido dos Trabalhadores à frente da prefeitura da cidade.

O atual vereador Michels enfrentou pela primeira vez uma disputa majoritária. Reali, por sua vez, teve 39,56% dos votos válidos. O candidato do PT, que no início da campanha falava em vitória já no primeiro turno, encerrou cinco pontos à frente de Michels (46,75% dos votos válidos contra 41,92%). Ao longo do segundo turno, no entanto, Michels conseguiu reverter o quadro - o que já era apontado pelas pesquisas eleitorais que indicavam a sua liderança em intenções de voto.

Nem mesmo à ida de do ex-presidente Lula à cidade, que no domingo anterior à eleição fez um discurso em que pontuou o perigo de trocar "o certo pelo duvidoso", foi suficiente para impedir a vitória do vereador pelo PV. Desde 1982, o PT só não havia governado a cidade entre 1997 e 2000, quando perdeu justamente para o primeiro prefeito da sigla, Gilson Menezes, que rompeu e se filiou ao PSB.

Se em Diadema o PT não conseguiu evitar o revés, em Mauá - outro município da região metropolitana de São Paulo conhecida como "Grande ABCD" - Donisete Braga, do PT, foi eleito com 57,14% dos votos válidos. Sua oponente, Vanessa Damo, do PMDB, encerrou o segundo turno com 42,86% dos votos válidos.

Braga sucederá o atual prefeito de Mauá, Oswaldo Dias, também do PT. No primeiro turno, Braga ficou com 38,34% dos votos válidos, enquanto Vanessa, com 33,90%.

Jundiaí, a 59 km da capital paulista, que realizou um inesperado segundo turno pela primeira vez em sua história, o PSDB perdeu a prefeitura, com a eleição de Pedro Bigardi, da aliança do PCdoB-PT. Bigardi obteve 65,57% dos votos válidos, vencendo Luiz Fernando Machado (PSDB), que ficou com 34,43 %.

A cidade é governada por Miguel Haddad (PSDB), mas as urnas já indicavam, durante o primeiro turno, o favoritismo do candidato da oposição.

Numa disputa acirrada, Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) foi eleito prefeito de Sorocaba, que fica a cerca de 100 km a oeste da capital paulista. O candidato tucano obteve 51,04% dos votos válidos, contra 48,96% de seu adversário, Renato Amary (PMDB).

Até às vésperas da eleição, Pannunzio e Amary apareciam empatados nas pesquisas de intenção de votos, segundo o Ibope. Com 427.542 eleitores, a cidade teve 3,02% dos votos em brancos e 6,15% de votos nulos. Pannunzio sucederá Vítor Lippi, também do PSDB.

No primeiro turno, Amary liderou a disputa, com 39% dos votos válidos, contra 35,6% de Pannunzio. Amary concorreu com o registro indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TER-SP), que o havia considerado inelegível com base na Lei da Ficha Limpa. Mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) liberou sua candidatura.

No Guarujá, no litoral sul paulista, Maria Antonieta (PMDB) foi reeleita para a prefeitura de Guarujá, no litoral sul paulista, com 64,25% dos votos válidos. Farid Madi, do PDT, ficou com 35,58% dos votos.

Na sexta-feira, os adversários da prefeita pediram a cassação de sua candidatura por supostas irregularidades nos gastos com propaganda, segundo o "Jornal do Guarujá". O ex-prefeito Madi também teve pedido o afastamento da disputa por processos que tramitam na Justiça.

Ortiz Junior (PSDB) foi eleito prefeito de Taubaté, no Vale do Paraíba. Ele recebeu 62,92% dos votos válidos, derrotando o candidato Isaac do Carmo (PT), ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté. Com 215.151 eleitores, a cidade teve 2,82% dos votos em branco e 4,91% nulos. O candidato tucano já havia ficado em primeiro lugar no primeiro turno, quando recebeu 48,7% dos votos - o petista teve 25,51%. Essa foi a primeira vez em que a disputa pela prefeitura na cidade teve segundo turno.