Título: Previsão para PIB é elevada para 4,1%
Autor: Ribeiro, Alex
Fonte: Valor Econômico, 29/03/2007, Brasil, p. A9

O Banco Central aumentou, de 3,8% para 4,1%, sua projeção para o crescimento da economia neste ano, em virtude dos sinais de fortalecimento do consumo e dos investimentos. O percentual não inclui a revisão dos dados do produto Interno Bruto (PIB) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Esperamos que os investimentos continuem fortes, ainda que menores do que em 2006", disse o diretor de Política Econômica do BC, Mario Mesquita.

Mesquita explicou que o BC precisa de tempo para avaliar os novos números do PIB, divulgados ontem e que apontaram um crescimento maior do PIB em 2006 (3,7% ante os 2,9% da medição anterior). O BC aumentou de 7,1% para 7,9% a sua projeção para o crescimento dos investimentos na economia em 2007. O percentual, porém, é ainda inferior aos 8,7% ocorridos em 2006, já calculados pela nova metodologia do PIB.

O BC também reviu sua estimativa para o consumo - agora, crescimento de 6%, em vez dos 5,6% projetados no relatório de inflação de dezembro. Nesse item, as projeções são inferiores ao resultado de 2006 para o consumo das famílias, quando a alta ficou em 4,3%. Não houve alteração nas projeções para os demais componentes da demanda agregada: consumo de governo (0,9%), exportações (4,5%) e importações (14%).

Os dados desagregados de 2006 mostram altas taxas de crescimento para a indústria fabril, de construção e de energia elétrica. Tiveram desempenho desfavorável o setor de transporte e agrícola. O BC destaca, porém, que as estatísticas mais recentes mostram a recuperação de bens de capitais para a produção agrícola e dos veículos. A importação líquida de bens de capital também é favorável. Houve queda de 0,6% na exportação e alta de 24% nas importações.

Segundo Mesquita, o BC resolveu aumentar as projeções para a expansão do consumo das famílias em virtude das fortes vendas do comércio, do aumento da renda real, do incremento do crédito e dos bons indicadores de confiança dos consumidores. Sozinho, o consumo das famílias deverá dar uma contribuição de 3,3 pontos percentuais (pp.) para o PIB, e os investimentos, de 1,6%. O resto é o consumo do governo (0,2 pp.), exportações (0,8%) e importações (-1,7%).

Na ótica da oferta, o BC elevou de 3,7% para 4,8% sua projeção para a produção agrícola, devido aos bons indicadores da safra. A expansão da indústria foi revista de 4,7% para 5%, e o incremento dos serviços, de 2,4% para 2,5%. (AR)