Título: Morales e petrolíferas protocolam 44 novos contratos
Autor: Leo, Sergio
Fonte: Valor Econômico, 03/05/2007, Brasil, p. A8

Exatamente um ano e um dia após o decreto baixado pelo presidente boliviano Evo Morales - que nacionalizou as reservas de petróleo e gás natural do país - a Petrobras e outras 11 petrolíferas protocolaram ontem 44 novos contratos com a Bolívia. Na prática, os acordos transferem para a estatal YPFB o controle total da produção de petróleo e gás natural.

Segundo a Agencia Boliviana de Información (ABI, a agência oficial do governo boliviano), após a assinatura dos contratos, ocorrida na sede da Prefeitura de La Paz, os documentos foram entregues a Morales, que garantiu segurança jurídica a todas as empresas, desde que elas cumpram a legislação do país. Participaram da cerimônia representantes das 12 empresas que atuam no país - Petrobras e Repsol YPF, entre outras - e o presidente da YPFB, Guillermo Aruquipa.

A assinatura ocorre seis meses após os contratos originais terem sido firmados entre o governo boliviano e as petrolíferas, em 28 de outubro de 2006. Os documentos foram protocolados somente agora porque dependiam da aprovação do Congresso boliviano. À época, o presidente Petrobras, Sergio Gabrielli, garantiu que a estatal brasileira não teria prejuízos, pois o contrato garantia à companhia uma rentabilidade média de 15% ao longo dos próximos 30 anos.

Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, na terça-feira, em Houston, nos Estados Unidos, Gabrielli voltou a afirmar que o acordo permite rentabilidade de longo prazo à companhia, já que o presidente Evo Morales apenas oficializou os contratos assinados no ano passado.

A assessoria informou também que a Petrobras mantém a negociação com representantes do governo boliviano para definir as condições da atividade de refino no país. O acordo fixará o preço que a Bolívia pagará pelas duas refinarias que a estatal mantém no país.