Título: Risco no futuro, embarque de álcool reluz no presente
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 08/06/2007, Agronegócios, p. B10

Se o futuro da demanda externa por álcool brasileiro é motivo de preocupação para a iniciativa privada e também para vozes próximas ao governo, o atual ritmo de crescimento das exportações continua sendo fundamental para puxar as exportações brasileiras do agronegócio.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura e divulgados na quarta-feira, os embarques de açúcar e álcool do país renderam US$ 476,5 milhões em maio, 30,7% mais que no mesmo mês do ano passado, US$ 2,5 bilhões entre janeiro e maio, 39,6% acima do resultado de igual intervalo de 2006, e US$ 8,5 bilhões no período de 12 meses encerrado no mês passado, montante 74,2% superior ao do ano-móvel anterior.

Particularmente em maio, informou o ministério, os embarques de açúcar renderam US$ 354 milhões, 9% mais que em maio do ano passado - houve queda de 23% nos preços médios dos embarques na comparação, mas o volume vendido cresceu 42%. Já o volume de álcool exportado aumentou 175,6%, e com preços 12,5% melhores a receita obtida registrou incremento de 209,9%.

No mês, as exportações brasileiras do agronegócio alcançaram US$ 5,2 bilhões - recorde para meses de maio, 33,7% acima de maio de 2006 -, e o chamado complexo sucroalcooleiro só foi superado por soja e derivados (US$ 1,3 bilhão, alta de 43,7%), carnes (US$ 1 bilhão, alta de 44,9%) e produtos florestais (US$ 761,6 milhões, alta de 26,4%). As importações totais do setor subiram 40,9%, para US$ 698,1 milhões, e o superávit mensal ficou em US$ 4,5 bilhões, 32,7% maior.

No ano, ainda conforme o ministério, as vendas do agronegócio com um todo ao exterior atingiram US$ 21,7 bilhões, 26,8% mais que até maio do ano passado; nos últimos 12 meses, os embarques somaram US$ 54 bilhões.