Título: Liberdade de imprensa, a missão
Autor: Kleber, Leandro
Fonte: Correio Braziliense, 03/01/2011, Política, p. 4

Leandro Kleber

Especial para o CorreioA nova ministra da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Helena Chagas, prometeu, ontem, em seu primeiro discurso, que uma das suas principais missões será defender a liberdade de imprensa. ¿Comunicação social em um governo democrático passa sempre pela rigorosa e intransigente defesa da liberdade de imprensa. A presidenta Dilma Rousseff já demonstrou, em diversas oportunidades, seu apreço por esse importante pilar da democracia. Sua história de vida fala por si. Abrir mão disso seria impensável para a minha geração, que cresceu sob o regime militar¿, disse.

Franklin Martins, que deixa o posto criticado por alguns setores da imprensa por ter apresentado uma proposta de regulamentação dos meios de comunicação, avaliou em sua despedida que houve ¿total liberdade de imprensa durante o governo Lula¿. ¿Todos sabemos que brigamos muito nesses últimos quatro anos, do primeiro dia ao último. Confesso que me estressei algumas vezes. Foi um desafio extraordinário. Mas essa relação tensa com a imprensa é normal. Eu jamais liguei para uma redação de jornal para reclamar de matéria ou de repórter. Nesse período, escreveu-se o que quis e o que não quis, se apurou o que quis e também se deixou de apurar o que bem entender e ainda opinou-se sobre tudo e como queria. Isso é liberdade de imprensa, mas, como eu digo, só garante que a imprensa é livre, e não boa", argumentou.

Helena é carioca e se formou em jornalismo na Universidade de Brasília (UnB). Já passou por redações de veículos como a TV Globo e o SBT. Em 2007, foi convidada pelo presidente Lula a assumir a diretoria de jornalismo da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que acabava de ser criada. Em abril de 2010, desligou-se do cargo para ser coordenadora de imprensa da campanha presidencial de Dilma. Depois da vitória nas urnas, foi uma das primeiras a ser nomeada para coordenar a área de comunicação da equipe de transição.

Filha do jornalista Carlos Chagas, que também foi secretário da Secom ¿ durante o governo Costa e Silva (1967-1969) ¿, Helena diz ser orgulha de ser jornalista. No perfil do Twitter, ela assina ¿jornalista até morrer¿. Ontem, prometeu se esforçar para que a população tenha mais acesso a informações e condições de processá-las para formar opinião e ¿manter os critérios técnicos adotados para distribuição da publicidade oficial e a descentralização e a valorização da mídia regional, fora dos grandes eixos¿.