Título: Modelo de gestão comunitária é abandonado
Autor: Maia, Samantha
Fonte: Valor Econômico, 07/12/2006, Brasil, p. A6

As 18 escolas técnicas que estão sendo federalizadas ficam nos Estados de São Paulo, Paraná, Bahia, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Tocantins, Pernambuco e Maranhão. Com exceção das entidades desses dois últimos, que são antigas estaduais, as outras eram escolas comunitárias, modelo idealizado na gestão Fernando Henrique Cardoso e adotado pelo Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep).

Em São Paulo, esse processo está ocorrendo em sete unidades. Segundo Ferreira, da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), elas não conseguiram se manter financeiramente e se não estavam inacabadas, trabalhavam com um número de alunos muito abaixo da meta, como é o caso do Centro de Ensino Profissional (Cepro) de São João da Boa Vista, no interior do Estado, que começou a funcionar em 2005 com 150 alunos, sendo que a capacidade era para 550 por turno.

Para a diretora-executiva da entidade, Zaida Brianezi, faltou um projeto de sustentabilidade financeira. A escola foi construída com verba pública, mas seu custeio e funcionamento ficaram sob responsabilidade de uma Organização Não-Governamental (ONG) instalada com recursos do Proep e com a participação de empresários. Essa gestão era chamada de comunitária e deveria oferecer pelo menos 50% de vagas gratuitas. "Mas os alunos possuem baixo poder aquisitivo e por isso não houve procura pelos outros 50% de vagas pagas", explica a diretora.

Com a entrada da gestão do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), que ficará responsável pela escola por 20 anos, é esperado alcançar um total de 550 vagas por turno dentro de cinco anos. "Este ano será feito concurso para contratação de 20 professores e 35 pessoas para a área administrativa", diz Zaida (SM)