Título: Juros seguem em retração, mas queda do spread ainda é menor
Autor: Rodrigues, Azelma
Fonte: Valor Econômico, 29/06/2007, Finanças, p. C2

A taxa média de juros bancários teve redução de 0,7 ponto percentual em maio, para 37,4% ao ano, o menor valor da série histórica, iniciada em junho de 2000. Em abril, a média havia ficado em 38,1%. Esse percentual corresponde à média das taxas cobradas em operações prefixadas, pós-fixadas e flutuantes, com pessoas físicas e jurídicas.

O spread, ou ganho dos bancos com a diferença entre as taxas de aplicação e de captação, decresceu somente 0,2 ponto em maio, para 26,2%, também considerando a média das três modalidades de juros para financiamento. Os bancos reduziram a taxa geral de captação em 0,5 ponto percentual, para 11,2%.

As operações de crédito oferecidas pelo sistema financeiro do país somaram R$ 786,1 bilhões em maio, o equivalente a 32% do Produto Interno Bruto.

De acordo com o Banco Central, tomando-se apenas as operações prefixadas, a taxa média também diminuiu 0,6 ponto em maio, para 44,6%. A taxa média de juros para pessoa jurídica verificou baixa de 1 ponto, para 24,3%. Os encargos prefixados das empresas baixaram 0,9 ponto percentual, para 35,1% ao ano, além de queda ainda maior, de 1,1 ponto, nas taxas pós-fixadas, cuja média ficou em 11,8% anuais.

Para pessoa física, os juros diminuíram 0,5 ponto, para 48,6%, também na média das três modalidades, o menor valor da série histórica, iniciada em julho de 1994.

Os bancos diminuíram em 0,6 ponto percentual a taxa média de juros incidente no cheque especial em maio, para 140,3% ao ano. No acumulado de 12 meses, houve retração de 5,1 pontos percentuais. O spread (ganho com a diferença entre o custo de aplicação e o custo de captação) cobrado pelos bancos nessa operação passou de 129,7% em abril para 129,5% no mês seguinte - a mesma queda de 0,2 ponto da média dos spreads.

Nas outras modalidades de crédito à pessoa física, o custo médio do empréstimo para aquisição de veículos recuou 0,7 ponto percentual, para 29,8% em maio. Em 12 meses, essa taxa média cedeu 3,5 pontos percentuais.

O juro do crédito pessoal declinou 0,3 ponto percentual, ficando em 52,2% ao ano e acumulando baixa de 10,1 pontos em 12 meses.

Dentro dessas operações, a taxa média dos empréstimos com desconto em folha de pagamento caiu apenas 0,1 ponto, de 32,2% (revisada) em abril para 32,1% anuais em maio. Em 12 meses, esse juro caiu em média 4,4 pontos percentuais. As operações tradicionais de crédito pessoal, porém, viram acréscimo de 0,2 ponto percentual, de 67,5% anuais em abril (revisada) para 65,7%. As taxas de empréstimos cobradas para aquisição de bens variados - como eletroeletrônicos - caíram 0,2 ponto em maio, para 55,6% anuais.