Título: BNDES vai liberar R$ 564,5 milhões para Mauá Jurong
Autor: Góes, Francisco
Fonte: Valor Econômico, 26/06/2007, Empresas, p. B7

O estaleiro Mauá Jurong conseguiu, depois de meses de negociações, ter aprovado financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de quatro navios da Transpetro, braço de logística da Petrobras, destinados ao transporte de derivados de petróleo. O banco aprovou R$ 564,5 milhões para as embarcações, valor equivalente a 90% do investimento total, de R$ 627,2 milhões.

O Valor apurou que a aprovação do financiamento para os navios foi possível porque houve acordo entre o Synergy Group, controlador do Mauá Jurong, e o BNDES em relação a dívidas do Eisa, outro estaleiro do grupo, com o banco de fomento. A demora na renegociação das dívidas do Eisa atrasou o empréstimo ao Mauá Jurong. O contrato do BNDES com o Mauá Jurong ainda será assinado. Haverá ainda outros dois contratos: um entre BNDES e Transpetro e outro entre a estatal e o estaleiro.

O Synergy Group, de German Efromovich, controla o Eisa, a Marítima e tem 65% do Mauá Jurong. Os outros 35% pertencem à Jurong Shipyard, de Cingapura. Os navios a serem construídos pelo Mauá Jurong fazem parte do pacote de 26 petroleiros e gaseiros licitados pela Transpetro e que devem custar à estatal US$ 2,48 bilhões.

Da encomenda total, 19 navios tiveram os contratos assinados. Com a aprovação do empréstimo para o Mauá Jurong, chega-se a 23 navios. Os três restantes que ainda falta contratar - navios gaseiros ganhos pelo estaleiro Itajaí (SC) - deverão ser novamente licitados pela Transpetro por força de dificuldades da empresa em fechar o financiamento com o BNDES.

Segundo fontes próximas das negociações, até agora nenhum dos contratos assinados pelo BNDES com os estaleiros entrou em eficácia, o que significa o atendimento de determinadas condições a partir das quais o banco autoriza o início das liberações das parcelas dos empréstimos. Já foram assinados contratos com o estaleiro Atlântico Sul, de Pernambuco, controlado pela Camargo Corrêa; e com o consórcio Rio Naval, do Rio de Janeiro, liderado pelo grupo carioca MPE.

De acordo com fontes, a Transpetro poderá esperar o início da liberação dos recursos pelo BNDES, que dará impulso às obras dos primeiros navios, para lançar a segunda etapa da licitação. Nesta fase a estatal poderá encomendar mais 22 navios, incluindo três gaseiros a serem novamente licitados.