Título: Aço e petróleo desaceleram e IGPs podem cair, diz FGV
Autor: Raquel Salgado e Cynthia Malta
Fonte: Valor Econômico, 29/12/2004, Brasil, p. A4

O coordenador de índices de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, avalia que os primeiros meses de 2005 devem trazer uma tendência de queda dos IGPs, com pressões de alta mais suaves para aço e petróleo do que as registradas neste ano. "Eu acredito que possamos esperar algo mais brando para o aço e as matérias primas nos próximos meses", disse. O aço subiu quase 60% neste ano, até meados de dezembro. Os produtos siderúrgicos têm peso de 9,5% no IPA, o índice da FGV que mede a variação dos preços no atacado. As matérias primas plásticas, com peso de 1,8% no IPA, tiveram alta de quase 50% no mesmo período. Portanto, observa o economista, quase 10% do IPA subiu entre 50% e 60% em 2004. A nova tendência, de desaceleração no ritmo de aumento dos preços, já pode ser notada no IPA-10 de dezembro, quando os preços do ferro e aço e seus derivados subiram 0,88%. Foi a menor alta do ano. Em novembro o aumento tinha sido de 6%. É verdade que se espera para o início de 2005 uma nova rodada de alta para o aço, mas Quadros lembra que o produto já subiu neste ano bem mais no Brasil do que nos Estados Unidos (45%). "Então, eu tenho a impressão que já alinhou", observou. Por isso, os próximos reajustes tendem a não ser tão pesados. No caso das matérias plásticas, Salomão Quadros explica que o temor de a cotação do barril do petróleo bater nos US$ 60 foi atenuado. "O preço do petróleo está num outro patamar, bem mais baixo. E, passando o inverno no hemisfério norte, daqui dois, três meses, já estará resolvida essa pressão". (CM)