Título: Hotéis do Rio estimam receber 770 mil turistas
Autor: Janaina Vilella
Fonte: Valor Econômico, 03/02/2005, Especial, p. A14

A dois dias do início oficial do carnaval carioca, os hotéis do Rio já estão praticamente lotados. Com 90% das vagas reservadas, segundo a Associação Brasileira de Hotéis do Rio, as redes hoteleiras esperam ocupar seus 22 mil quartos. A expectativa do setor é de uma invasão de estrangeiros nos quatro dias de festa. Dos 770 mil visitantes esperados, 30% deverão ser brasileiros e os outros 70% de outras nacionalidades, sobretudo americanos. Só a bordo de cruzeiros, chegarão cerca de 10 mil visitantes internacionais. Pelos cálculos da Riotur, órgão da Secretaria de Turismo, os turistas injetarão cerca de US$ 557 milhões na economia. A proximidade do carnaval deste ano com o Natal e o Réveillon, atrasou o fechamento das reservas. No mesmo período do ano passado, os hotéis já estavam lotados. "Os clientes pensaram duas vezes porque muitos ainda estavam pagando a fatura do cartão de crédito do Réveillon", diz o diretor comercial da Rede Othon, Tomas Ramos. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Operadores de Turismo Receptivo Internacional, Roberto Dultra, a invasão de estrangeiros, que representa alta de 12% em relação à 2004, é resultado da promoção do país no exterior e da valorização do euro. O gerente-geral do Pestana Rio Hotel, Gláucio Olchenski, disse que, pela primeira vez em sua rede, as reservas também já estão praticamente esgotadas para o fim de semana seguinte ao do carnaval. "O desfile das escolas de samba campeãs sempre foi uma data morna, mas agora está puxando o crescimento de nossas vendas." O carnaval de São Paulo não tem o mesmo poder de atração. A ocupação dos hotéis caem pela metade no período, segundo a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira de São Paulo. "O carnaval fica restrito aos paulistanos", diz Maurício Bernardino, vice-presidente da associação. Para elevar a ocupação, alguns hotéis, como o Jaraguá e o Mercure, fecharam parceria com o camarote do Bar Brahma. Os foliões deixam os carros no hotel, vão ao sambódromo de ônibus e retornam para tomar café da manhã, e quem sabe, descansar. (JV, com Carolina Mandl, de São Paulo)