Título: Inflação dá sinais de arrefecimento
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 21/01/2008, Brasil, p. A2

Dois indicadores de preços divulgados na sexta-feira mostraram tendência de arrefecimento da inflação. O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) de janeiro teve alta de 1,02%, um número razoavelmente mais baixo que o 1,57% registrado em dezembro. O recuo do indicador se deveu principalmente ao abrandamento das pressões cotações no atacado, em especial dos produtos agrícolas. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Ínstituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) também deu sinais de perda de força na segunda medição do mês, ao ficar em 0,71%. Na primeira quadrissemana de janeiro, o indicador, que mede o comportamento da inflação na cidade de São Paulo, teve variação de 0,81%.

Divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o IGP-10 mostra a variação de preços entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês de referência. Com peso de 60% no IGP-10, as cotações no atacado tiveram alta de 1,17%, bem abaixo dos 2,15% registrados em dezembro. O destaque positivo foi o comportamento das cotações agrícolas: subiram 2,8%, uma elevação ainda forte, mas muito abaixo dos 5,78% apontados pelo IGP-10 de dezembro. Milho, trigo e soja mostraram quedas fortes, como ressalta relatório da LCA Consultores. Em 2007, a alta dos produtos agrícolas foi a grande responsável pela aceleração da inflação.

Os preços industriais também colaboraram para o arrefecimento das pressões no atacado no IGP-10: aumentaram 0,54% em janeiro, menos que o 0,8% do mês anterior.

Já o IPC, com peso de 30% no IGP-10, registrou alta de 0,81% em janeiro, um número mais alto que o 0,54% de dezembro, "pressionado pelos preços alimentares e educacionais", segundo a LCA. No acumulado em 12 meses, o IGP-10 acumula variação de 8,06%.

O IPC da Fipe mostrou um comportamento mais benigno dos preços no varejo na segunda quadrissemana de janeiro (que mede a variação das cotações nos 30 dias até o dia 15). A principal fonte de alívio veio do grupo alimentação. Os economistas da LCA apontam o papel favorável de produtos como feijão e carnes, que levaram o segmento a mostrar alta de 1,66%, uma desaceleração na comparação com os 2,03% da medição anterior. "Na direção oposta, o grupo educação pressionou fortemente o indicador, devido, basicamente, ao reajuste das mensalidades escolares", diz a LCA, referindo-se a uma das fontes tradicionais de pressão inflacionária no começo do ano. O grupo educação teve alta de 1,87%, com forte aceleração em relação ao 0,83% da primeira quadrissemana. (Agências noticiosas)