Título: Resseguro pode movimentar US$ 5 bi
Autor: Rosas, Rafael
Fonte: Valor Econômico, 14/02/2008, Finanças, p. C3

O governo do Estado do Rio de Janeiro planeja transformar a capital fluminense na capital latino-americana do resseguro. O governador Sérgio Cabral Filho revelou ontem que o terreno contíguo à sede do IRB Brasil Re, que pertence à empresa, será utilizado para construção de um edifício que funcionará como centro internacional para o setor.

"Devemos reforçar essa característica do Rio de Janeiro, a vocação para o setor de seguros e resseguros", afirmou o governador, acrescentando que a idéia é que o IRB-Brasil Re, proprietário do terreno no centro do Rio, realize o projeto em parceria com outras empresas privadas do setor.

Armando Vergilio, titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), espera que o mercado brasileiro de resseguro atinja US$ 5 bilhões depois da abertura, o dobro dos US$ 2,5 bilhões movimentados em 2006.

Vergilio e Cabral participaram ontem do anúncio oficial da instalação do Lloyd's of London, maior mercado de seguros e resseguros do mundo, no Rio de Janeiro. O Lloyd's, que por enquanto ficará no prédio do Banco Central, também no centro do Rio, entrou com pedido para operar como resseguradora admitida no Brasil (que opera por meio de escritório de representação). A expectativa do presidente do Lloyd's, Lord Peter Levene é abrir, "em cerca de dois anos", um escritório em São Paulo.

"Foi difícil escolher uma sede entre Rio e São Paulo. Pesou o fato de os reguladores estarem no Rio de Janeiro, além do apoio que recebemos do governo local", frisou Levene, que espera aumentar a participação da empresa na América do Sul. Atualmente, o maior mercado individual para o Lloyd's of London está nos Estados Unidos, com fatia de 40% do total de negócios, o que, segundo Levene, representa cerca de US$ 12 bilhões por ano.

Vergilio, da Susep, afirmou ainda que o grupo Swiss Re, maior resseguradora do mundo, realizou consulta junto à Susep para entrar no Brasil como resseguradora admitida. A empresa suíça se juntaria ao Lloyd's of London e à alemã Munich Re, a segunda maior do mundo, como as primeiras resseguradoras estrangeiras a anunciarem oficialmente operações no Brasil depois da quebra do monopólio.

Segundo Armando Vergilio, a Swiss Re ainda não protocolizou um pedido formal de instalação no Brasil e não indicou em que cidade do país se instalaria. A Munich Re, por sua vez, já entregou o pedido para atuar como uma resseguradora local e planeja se instalar em São Paulo. Além das estrangeiras, a J. Malucelli Resseguradora também já entrou com pedido para atuar como resseguradora local em Curitiba, mas a sede comercial será em São Paulo.

"As operações (do mercado aberto) começarão em abril no mínimo com três empresas locais (IRB-Re, Munich Re e J. Malucelli) e cerca de 15 admitidas, com Lloyd's e Swiss entre elas", afirmou Vergilio.