Título: AGCO eleva aposta em implementos
Autor: Scaramuzzo, Mônica
Fonte: Valor Econômico, 11/02/2008, Agronegócios, p. B13

Estimulada pelo forte desempenho das vendas na América do Sul, que cresceram a uma taxa duas vezes superior à média global em 2007, a americana AGCO vai investir em 2008 na expansão da fabricante de implementos SFIL, adquirida em setembro na cidade gaúcha de Ibirubá. O valor do aporte não foi revelado, mas o vice-presidente sênior da companhia para o continente, André Carioba, disse que a idéia é buscar um aumento de 40% a 45% no faturamento da controlada, que no ano passado teve receita de US$ 35 milhões operando praticamente a 100% da capacidade instalada de 2 mil implementos por ano.

Segundo Carioba, as fábricas de tratores e colheitadeiras das marcas Massey Ferguson e Valtra em Canoas e Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, e Mogi das Cruzes, em São Paulo, devem ampliar os níveis operacionais em 2008 por intermédio de ganhos de produtividade e introdução de novos turnos de trabalho. Essas unidades exportam para a América do Sul e também para outras fábricas do grupo nos Estados Unidos, Europa e África e vêm trabalhando num patamar médio de cerca de 80% da capacidade, calculou o executivo.

Em 2007 as vendas líquidas da AGCO no continente sul-americano alcançaram pouco mais de US$ 1 bilhão, ante US$ 648 milhões no ano anterior, uma alta superior a 50%. Em todo o mundo, o valor somou US$ 6,8 bilhões, 25,6% a mais do que os US$ 5,4 bilhões apurados em 2006. O lucro líquido global do grupo atingiu US$ 246,3 milhões em 2007, revertendo perdas de US$ 64,9 milhões registradas no exercício anterior, influenciadas por custos de reestruturação não recorrentes.

Para 2008, a AGCO prevê uma alta de mais 11% a 13% nas vendas globais e, conforme Carioba, desta vez os negócios no Brasil e na América do Sul devem ficar em linha com o desempenho mundial. Primeiro, devido à base já elevada de comparação com o ano anterior. O desempenho no país depende ainda do sucesso da renegociação das dívidas dos produtores, especialmente da região Centro-Oeste, e do comportamento do câmbio, diz o executivo.

Ele explicou que as fábricas brasileiras correm o risco de perder vendas para outras unidades da AGCO no mundo em função da valorização do real. Por conta disso a empresa também deve ampliar as aquisições de peças, componentes e matérias-primas fora do Brasil. Em 2007 as vendas totais de tratores e colheitadeiras Massey Ferguson e Valtra produzidos no país cresceram 38,3%, para 30,9 mil unidades. As duas marcas são líderes no segmento.