Título: Setor faturou 7,43% a mais no Paraná em 2004
Autor: Marli Lima
Fonte: Valor Econômico, 04/02/2005, Brasil, p. A4

Puxado pelo aumento de 31,4% nas exportações, que somaram US$ 9,4 bilhões, o faturamento da indústria do Paraná foi 7,43% maior em 2004 que em 2003, segundo levantamento divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). O balanço dos últimos meses do ano, no entanto, tem preocupado os empresários. Em dezembro houve queda real de 5,41% nas receitas, em comparação com novembro. Foi o quarto mês consecutivo de redução nas vendas. O resultado foi comemorado, porque em 2003 houve queda de 12,1% no faturamento. O vice-presidente da Fiep, Arthur Peralta Neto, disse que o aumento de crédito pessoal colaborou para a recuperação. Mas ele evitou fazer projeções para 2005. "O cenário mudou e hoje temos juros em elevação e queda no dólar. Mantidas essas condições, o desempenho de 2004 não deve se repetir", disse. Mesma opinião tem o presidente do Sindicato das Indústrias de Papel do Paraná, Odair Ceschin. No ano passado as vendas de papel e papelão cresceram 9,64%, mas para 2005 a previsão de crescimento é de 3,5%. Dos 18 segmentos pesquisados pela Fiep, 12 apresentaram balanço positivo em 2004. O setor de bebidas liderou a lista, com crescimento de 35,43%, seguido por material elétrico e de comunicações (35,13%) e material de transportes (23,73%). Os piores desempenhos foram dos segmentos de vestuário e calçados (-23,87%) e produtos farmacêuticos e veterinários (-8,55%). No ano passado a Fiep e o governo do Paraná trabalharam em conjunto para buscar novos mercados para as confecções produzidas no estado. O trabalho ainda não deu resultados e alterações climáticas atrapalharam as encomendas. "Os frutos no mercado externo serão colhidos no médio prazo", disse o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Curitiba, Ardisson Akel. Segundo ele, no mercado é preciso competir com preço e qualidade, e as primeiras reações devem acontecer com o jeans, moda praia e de ginástica. Em dezembro foi usada 74% da capacidade instalada da indústria e apenas cinco dos 18 segmentos analisados tiveram resultado positivo, como bebidas (28,64%), metalúrgica (19,16%) e material elétrico e de comunicações (12,59%).