Título: Após forte expansão em dez anos, siderurgia reduz o ritmo de gastos
Autor: Catherine Vieira
Fonte: Valor Econômico, 10/02/2005, Empresas &, p. B1

Para Marco Mello, chefe de análises da Ágora Sênior, o otimismo com o desempenho da economia brasileira no ano passado foi o principal responsável pela tomada efetiva da decisão de investir em 2005, o que vai gerar um dos ciclos mais positivos dos últimos anos. "Nas empresas que acompanhamos, o maior salto de investimento no período entre 2003 e 2006 deverá ser este, da virada de 2004 para 2005", acredita Mello. Uma das exceções, explica ele, está no setor siderúrgico, que já passou por uma rodada forte de investimentos que antecedeu o forte aumento de demanda em 2003 e 2004. "Essa rodada ocorreu principalmente no ano de 2002, por isso, este ano, com algumas exceções, não há investimentos tão fortes previstos", diz. As companhias do setor de siderurgia que poderão ter orçamento mais gordo para este ano são o grupo Gerdau e a CST, em função de expansões e novas unidades anunciadas. Segundo o consultor de investimentos da Global Invest, Marcio Bandeira, a questão dos gargalos logísticos também está estimulando as empresas a investir. "A capacidade de escoamento da produção ainda gera apreensão em empresas que estão crescendo muito", avalia ele. O analista do setor de alimentos da Ágora Sênior, Alexandre Garcia, concorda. "O volume médio de toneladas produzidas cresceu em média 13% nos últimos anos; é um ritmo muito forte", explica Garcia. Também por conta disso, as empresas do setor estão investindo muito em logística e promovendo modernizações nos seus centros de distribuição. "A idéia é concentrar a parte de exportação nas unidades do sul do país e utilizar outras para demanda doméstica", explica Garcia. (CV)