Título: Petrobras faz desdobramento e cria subsidiária para biocombustíveis
Autor: Schüffner, Cláudia; Rosas, Rafael
Fonte: Valor Econômico, 04/03/2008, Brasil, p. A3

A Petrobras anunciou ontem a criação de uma subsidiária que será responsável pelos negócios de biocombustíveis e irá absorver as usinas de biodiesel.

A empresa também informou que fará um desdobramento de ações. A medida passa a valer a partir do dia 25 de abril, quando cada ação será dividida em duas, incluindo os recibos de ações (ADR), cuja proporção continuará sendo de um para cada duas ações.

Almir Barbassa, diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, explicou que o objetivo da divisão das ações é trazer maior número de pequenos investidores para a base de acionistas da companhia, já que um lote de ações da companhia vale hoje entre R$ 8 mil e R$ 10 mil.

Outro anúncio feito ontem foi a substituição do diretor da área internacional, Nestor Cerveró, por Jorge Luiz Zelada. Cerveró vai ocupar a diretoria financeira da BR Distribuidora, que estava vaga.

A companhia divulgou ontem um lucro de R$ 21,5 bilhões em 2007, 17% menor que o de 2006. No quarto trimestre, o lucro foi de

R$ 5,053 bilhões, o que representa uma queda de 3% em relação ao mesmo período de 2006, quando o ganho foi de R$ 5,2 bilhões.

Entre as explicações para o resultado, menor que o esperado pelo mercado, a companhia mencionou perdas de R$ 3,9 bilhões com a valorização de 17% do real frente ao dólar, despesas de R$ 1,7 bilhões com a repactuação do Plano Petros, e também prejuízos com operações no setor elétrico no valor de R$ 449 milhões. Não se trata ainda de um prejuízo consolidado na área de gás e energia, porque o valor se refere a uma provisão de R$ 85 milhões por descumprimento de um termo de compromisso firmado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no ano passado, e ainda de encargos de R$ 309 milhões referentes ao não suprimento de gás natural para usinas termelétricas com contrato de fornecimento.

Apesar do resultado financeiro menor, Barbassa enfatizou que 2007 foi um ano "excepcional". Ele destacou o aumento das reservas da companhia entre os fatos mais importantes, o que permitiu dobrar o valor de mercado de R$ 230,4 bilhões para R$ 429,9 bilhões em um ano.

A maior empresa brasileira apurou receita líquida de R$ 170,578 bilhões em 2007, 8% maior que a do ano anterior. O lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações, ou seja, o ganho obtido com as atividades da empresa, caiu 1%, para R$ 50,275 bilhões. No quarto trimestre aumentou 18%, para R$ 12,031 bilhões.