Título: Brasil lidera em apólice de crédito na AL
Autor: Vieira , Catherine
Fonte: Valor Econômico, 11/06/2008, Finanças, p. C7

O Brasil teve ritmo mais forte de crescimento mercado de seguro de crédito entre os países da América Latina (AL), entre 2004 e 2007, e já representa quase um terço do volume total da região. De acordo com dados da apresentação do especialista Karel van Laack, ontem, na assembléia anual da Associação Panamericana de Fianças (APF), o mercado de seguro de crédito na AL saiu de US$ 35 milhões em 2002 para U$ 152 milhões no ano passado. Já o Brasil, saiu de um mercado da ordem de US$ 21,3 milhões em 2004 para US$ 47,9 milhões em 2007, conforme dados de Laack, da Associação Latinoamericana de Organismos de Seguros de Crédito a Exportação (Alasece).

De acordo com o executivo, porém, o alcance desse nicho de seguro na região ainda é muito baixo. "O crescimento em termos percentuais é alto, mas ainda de uma base pequena", diz Laack. Ele ressaltou que o Brasil apresenta o maior tamanho de mercado entre os demais da região, seguido pelo México - que em 2004 era maior que o Brasil, com US$ 23,2 milhões e em 2007 tinha US$ 37,66 milhões - e pelo Chile (US$ 37,7 milhões). Em termos de ritmo de crescimento no período, o Brasil também liderou em termos percentuais e absolutos, embora de 2006 para 2007, já com uma base maior em termos absolutos, o crescimento percentual tenha sido de 17%, inferior ao dos países vizinhos.

Pelas projeções apresentadas, o mercado brasileiro poderia ter potencial de crescer 29% e alcançar US$ 62 milhões, se levado em conta para todos os países o índice de penetração da AL. Caso metade do índice de penetração global do segmento fosse aplicado, esse potencial poderia subir para 70%, mostrou Laack.

Seguindo nas discussões sobre assuntos ligados ao segmento de crédito, porém, o sócio da White and Williams, William Taylor, explicou os problemas que ensejaram a crise dos subprimes, como a fragilidade na mitigação dos riscos embutidos nos créditos, e seus efeitos para o mercado como um todo. Ele lembrou que o setor de seguros e fianças sofreu com os impactos. "As reduções de valor de ativos e as perdas creditícias informadas pelo setor já atingiram US$ 38 bilhões, pouco menos do que os US$ 41,1 bilhões de reclamações em função do furacão Katrina."

Também durante o evento da APF, o executivo Richard Wulff, da Munich Re, apresentou os resultados de um grupo de estudos formado há seis anos para estimar o peso da perda máxima provável (ou PML, na sigla em inglês) média numa operação no segmento de seguro de crédito. As estatísticas da pesquisa mostram que esse indicador seria de 9,5%. Segundo Wulff, o setor costuma trabalhar com um PML estimado entre 25% e 40%.