Título: Pine lança no mercado externo US$ 150 milhões
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Fonte: Valor Econômico, 12/06/2008, Finanças, p. C10

O Banco Pine fechou captação externa de US$ 150 milhões pelo prazo de dois anos. Os títulos foram emitidos ao par e proporcionarão aos investidores retorno de 7,375% ao ano. Os recursos vão lastrear as operações de financiamento a empresas médias, principal foco de atuação do banco. Os coordenadores da operação foram o Credit Suisse e o HSBC.

O diretor de finanças e relações com investidores do Pine, Clive Botelho, considerou bons os resultados da operação, a "despeito da volatilidade" do cenário externo dos últimos dias. O livro de adesão à operação abriu quinta-feira e fechou ontem, período em que o mercado internacional foi atormentado por dificuldades de bancos americanos e pela preocupação com a escalada da inflação e dos juros. "Aproveitamos uma janela. O nome do Pine é bem-visto."

Botelho afirmou que o banco pode voltar ao mercado internacional no final do segundo semestre e deve também lançar um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), de aproximadamente R$ 200 milhões, no final do segundo trimestre, dentro da estratégia de diversificação de funding do banco.

A intenção do Pine era captar US$ 100 milhões, mas a demanda foi quase duas vezes maior. Foi o primeiro grande lançamento público de títulos do Pine, que até agora fez várias colocações privadas ou captou recursos de agências multilaterais ou bancos de desenvolvimento, que normalmente têm um direcionamento predeterminado. Em maio, o Pine levantou uma linha de US$ 80 milhões das agências DEG, da Alemanha, e FMO, da Holanda.

A emissão agora fechada foi a primeira tranche de um programa de notas de médio prazo de US$ 1 bilhão que o banco lançou e lhe permitiu ter acesso da investidores institucionais pelas regras 144-A. Os títulos foram colocados na Ásia, Europa e América Latina.

O principal foco do Pine é o crédito para empresas médias, o middle market. Da carteira de crédito de R$ 4,6 bilhões ao final do primeiro trimestre, 66%, ou R$ 3,1 bilhões, eram operações com empresas médias. Historicamente, o percentual é até maior, chega a 70%. A fatia restante é de crédito consignado para funcionários públicos.

A captação externa fechada nesta semana será vai lastrear os créditos para empresas. Das operações com empresas do Pine, 68% vencem em menos de um ano e os 32% restantes, acima de um ano.

O FIDC cujo lançamento o Pine prepara também terá como lastro operações com empresas.

O Pine está no grupo de bancos médios que abriu o capital no ano passado. Na ocasião, fez uma emissão inicial de ações no ano passado. Capitalizado, o banco aumentou a carteira de crédito em 98,2% nos últimos doze meses terminados em março e 9,8% no primeiro trimestre do ano.

A originação de créditos corporativos foi de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre , com crescimento de 114% em relação ao mesmo período de 2007. Os depósitos cresceram 104,3% no mesmo período.