Título: Presidência da Assembléia paulista divide PT
Autor: Cristiane Agostine
Fonte: Valor Econômico, 02/02/2005, Política, p. A8

A Assembléia Legislativa de São Paulo voltou aos trabalhos e as bancadas do PSDB e do PT já se reúnem hoje, em separado, para começar a discutir a nova mesa diretora da Casa. O PSDB tem três nomes para presidir a Mesa - Edson Aparecido, Vaz de Lima e Celino Cardoso. O PT diz que ainda não tem nenhum nome posto. Mas uma ala petista defende o lançamento de candidatura à presidência, enquanto outra quer compor com os tucanos. "O PT poderá não apresentar nomes e sim articular um campo que possa eleger o presidente", avisa o líder do PT na Assembléia, Cândido Vaccarezza. O PT tem 23 deputados, a maior bancada. "O certo é o PT ter o presidente, o PSDB, o secretário e o PFL o terceiro cargo. Infelizmente o governador (Geraldo Alckmin) quer indicar o presidente da Assembléia. Estamos discutindo um critério", articula Vaccarezza. Já o presidente municipal do PT, deputado Ítalo Cardoso, adota uma postura de negociação - "Queremos ter também um espaço à nossa altura na mesa". Cardoso acredita que a sucessão na Câmara dos Deputados interfira na disputa, mas diz que tanto Brasília quanto São Paulo têm suas histórias e características próprias. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem pedido que a proporcionalidade valha para todas as esferas de governo. De acordo com Vaccarezza, até ontem, ninguém da direção nacional do PT ou da liderança do PT na Câmara dos Deputados ou mesmo o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, candidato oficial do PT à Presidência da Câmara, o havia procurado em nome de um acordo envolvendo a Assembléia Legislativa em troca de apoio à Câmara federal. "Sou favorável. Se for necessário, participarmos de negociações, mas isso nunca foi posto", disse Vaccarezza depois da abertura oficial do ano legislativo na Assembléia, Casa que completou 170 anos. O líder petista questiona a maioria em torno do PSDB: "Qual é o bloco da maioria que eles têm? Não reconheço a maioria. Está para ser formada a maioria na mesa. O PFL, o PTB e o PSDB não formam um bloco." Na Casa, há um bloco independente formado pelo PSB-PDT-PV que reúne dez deputados. Os partidos de oposição são o PT, com 23 deputados, o PCdoB com 2, o PMDB com 3 e o PP com 2. Vaccarezza adiantou que o PT estuda formar um bloco que não seja apenas para a eleição da mesa. "Não queremos um agrupamento para votar num candidato. Isso vai acontecer no dia 15 de março se não chegarmos a um acordo para a votação entre todos os partidos." De acordo com o deputado Edson Aparecido, a bancada do PSDB deve fechar em torno de um nome tucano até 16 de fevereiro para depois sair atrás de outros partidos para compor a Mesa. "A base (do governo Alckmin) é amplamente majoritária na Assembléia Legislativa. A proporcionalidade é para garantir que todos os partidos tenham assento na Mesa". Aparecido confirmou que Havanir Nimtz, a deputada estadual mais votada do país, com 600 mil votos, brigou com Dr. Enéas, abandonou o Prona e se filiou ao PSDB.