Título: América Latina será região preferencial
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Fonte: Gazeta Mercantil, 28/10/2008, Internacional, p. A12

Washington, 28 de Outubro de 2008 - O democrata Barack Obama e o republicano John McCain prometeram devolver à América Latina o lugar de região preferencial, se chegarem à Casa Branca, mas a incerteza econômica não os ajudará, afirmam analistas.

O próximo presidente "deve reduzir as expectativas que surgirem inutilmente", sugere Peter DeShazo, diretor do Programa para as Américas do Center for Strategic and International Studies (CSIS).

No momento, "por ordem na nossa economia é terrivelmente importante para a América Latina", comentou Peter Hakim, do InterAmerican Dialogue. Já para Julia Sweig, do Council on Foreign Relations, "o governo americano é cada vez mais marginal" na política da região.

O fato é que a América Latina não esteve muito presente na campanha presidencial, que se concentrou na crise econômica e nos desafios militares que os EUA ainda têm pela frente. Assim como nos demais temas, McCain e Obama mostraram pontos de vista substancialmente diferentes sobre os tratados de livre comércio, sobre as relações com a Venezuela, ou sobre a luta antidrogas. O momento em que a região ocupou mais tempo nos debates entre Obama e McCain foi no último encontro de ambos, em 15 de outubro.

"O senador Obama, que nunca viajou ao sul da nossa fronteira, opõe-se ao acordo de livre comércio com a Colômbia (...) nosso melhor aliado na região", criticou McCain, que visitou várias vezes o país caribenho e o México.

"Acredito no livre comércio, mas acredito que, por muito tempo, certamente durante o curso da administração (de George W.) Bush, com o apoio do senador McCain, a atitude foi de que qualquer acordo é um bom acordo comercial", rebateu Obama.

A popularidade de McCain entre os latinos foi caindo no decorrer da campanha eleitoral, como apontam as pesquisas. Segundo o instituto Gallup, apenas 26% dos hispânicos apóiam-no hoje. Em 2004, Bush venceu com 44% dos votos dessa comunidade.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 12)(AFP)