Título: Atestado negado
Autor: Taffner, Ricardo
Fonte: Correio Braziliense, 29/03/2011, Cidades, p. 25

Conforme o Correio antecipou no último sábado, é a segunda tentativa de Jaqueline Roriz para abonar as faltas ao trabalho indeferida pelo Departamento Médico da Câmara dos Deputados. Desde a divulgação do vídeo em que aparece recebendo dinheiro de Durval Barbosa, em 4 de março, a parlamentar não aparece na Casa. Na quinta-feira passada, a defesa dela apresentou um novo atestado médico, assinado por um psiquiatra de uma clínica particular de São Paulo, para justificar sua ausência. O requerimento, no entanto, foi rejeitado por não registrar o período exato do afastamento de Jaqueline.

Segundo o setor responsável, é obrigatório que o pedido de licença médica contenha os dias em que o deputado precisará estar ausente de suas atividades. O assessor de imprensa de Jaqueline, Paulo Fona, questionou a determinação da Casa. Segundo ele, não foi apresentado nenhum argumento regimental para justificar tal medida. Fona disse que o novo atestado é baseado em um parecer clínico sobre o estado psíquico de Jaqueline, no qual o médico diagnosticou ¿sintomas que indicam estresse¿. ¿Ele fez um relatório detalhado do estado dela. Perda de peso e insônia são alguns dos problemas que Jaqueline está tendo que enfrentar. O médico disse que não é possível determinar quanto tempo ela precisará ficar fora¿, afirmou. Diante disso, a parlamentar não deverá retornar à Câmara nesta semana.

Jaqueline apresentou o primeiro atestado no dia 14. O documento foi emitido pelo Instituto do Coração Dom Eugênio de Araújo Sales, no Rio de Janeiro. Na ocasião, ela precisou se afastar da atividade parlamentar para ¿acompanhamento ambulatorial¿. No entanto, o Departamento Médico da Câmara também não admitiu o parecer como única comprovação do problema de saúde e solicitou um relatório circunstanciado do médico responsável. Se o documento não for apresentado, Jaqueline terá de ser submetida à avaliação de uma junta médica da Casa. A assessoria da deputada disse que o segundo atestado ¿já está circunstanciado¿ como foi pedido. Em casos passados, atestados médicos adiaram por meses a entrega da manifestação escrita dos acusados. (LM)

Uso indevido Jaqueline Roriz também é acusada de ter usado R$ 1,2 mil da verba indenizatória da Câmara dos Deputados para custear o aluguel de seu escritório político que fica em sala de propriedade da empresa do próprio marido, Manoel Neto, no Setor Comercial Sul.