Título: Descolado, Ibovespa tem alta de 1%
Autor: Correia,Vanessa
Fonte: Gazeta Mercantil, 14/04/2009, Finanças, p. B4

São Paulo, 14 de Abril de 2009 - A forte valorização dos papéis das ações da Vale do Rio Doce e das siderúrgicas listadas na BM&F Bovespa, repercutindo notícias externas, foi o grande destaque do pregão de ontem na bolsa paulista. O movimento levou Ibovespa, principal índice acionário da instituição, a se descolar das principais praças de comercialização de ativos acionárias mundiais e fechar a sessão de ontem em alta de 1%, aos 45.991 pontos. O giro financeiro somou R$ 4,24 bilhões.

As ações reagiram à notícia veiculada na imprensa dando conta de que a produção de aço bruto na China teria atingido 42,9 milhões de toneladas em março deste ano, o que equivale a uma alta de 6,1% em relação ao mês anterior e queda de 4,4% ante o mesmo período de 2008. De acordo com relatório da Ágora Corretora, para o segmento de minério de ferro, a produção de aço chinesa, neste patamar, continua a resultar na demanda consistente por minério de ferro.

"Mas não foi só isso. A Rio Tinto está negociando um desconto de 20% no preço do minério de ferro com a Posco (quarto maior grupo siderúrgico do mundo) em contratos de longo prazo. Isso é positivo dado a falta de horizonte que tínhamos até então", afirma Rodrigo Cunha da Silveira, gerente de operações da Um Investimentos.

As ações preferenciais série A da Vale encerraram o dia com valorização de 2,42%, cotadas a R$ 30,42. "Os papéis registraram bom volume de negócios, apesar das bolsas europeias não operarem hoje ainda por conta do feriado de Páscoa", completa o economista Silveira.

Ainda no pregão paulista, se destacaram as ações da TAM, VCP e Rossi Residencial, com altas de 10,99%, 8,04% e 5,70%, respectivamente. Na outra ponta, os piores desempenhos ficaram por conta dos ativos da Transmissora Paulista (-3,22%) e NET (-3,03%).

No front externo, uma série de notícias levaram os investidores a realizarem lucros após o feriado. Segundo a imprensa internacional, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos determinou a que a General Motors (GM) prepare as bases para uma concordata até o dia 1 de junho, caso a companhia não consiga um acordo de troca de dívida e concessões sindicais. Já a Agência Internacional de Energia (AIE, da sigla em inglês) derrubou novamente a projeção para demanda de petróleo neste ano, em razão da recessão global. Até então, a entidade acreditava que a economia teria crescimento em 2009, ainda que modesto. Agora, a AIE prevê contração de 1,4% do PIB mundial. A estimativa de demanda por petróleo este ano foi reduzida em 1 milhão de barris por dia, para 83,4 milhões de barris/dia.

No restante da semana, além de uma série de indicadores econômicos norte-americanos e chineses, estão programados importantes divulgações de resultados corporativos trimestrais, como Goldman Sachs, Intel e Johnson & Johnson (hoje); Google e JPMorgan (quinta-feira); e General Eletric (GE) e Citi (sexta-feira). "Vamos ficar de olho nessas divulgações que a semana promete volatilidade para os negócios", afirma o gerente de operações da Um Investimentos.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Vanessa Correia/InvestNews)