Título: Propostas dos empresários
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Fonte: Correio Braziliense, 25/03/2011, Cidades, p. 38

Para conter novos aumentos no preço, o Sindcombustíveis listou algumas medidas imediatas, a começar pela diminuição do percentual adicionado à gasolina, esforço urgente das usinas para suprir os estoques e a formulação de uma política mais rígida para o setor. A entidade defende ainda a desoneração tributária, que implicaria o governo abrir mão, por exemplo, do Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

¿Seria muito importante que o governo desse atenção para essas necessidades. Agora, duvido que eles pretendem abrir mão do dinheiro dos impostos. Sem sombra de dúvidas, 30% do ICMS recolhido hoje no DF vem do combustível¿, afirma Carlos Ulhôa.

Há uma semana, produtores e distribuidores decidiram importar dos Estados Unidos parte do combustível necessário para garantir o abastecimento até o fim de abril. Motivados pela demanda desassistida, que não recuou o suficiente, e pela entressafra deste ano ser uma das mais críticas da história. A compra no mercado norte-americano está estimada em 700 milhões de litros ¿ metade da demanda média nacional em um mês. O volume importado, fabricado à base de milho e não de cana-de-açúcar, será utilizado também na mistura da gasolina.

Só em abril Conforme a reportagem do Correio mostrou, no último fim de semana, algumas empresas atenderam aos apelos do governo e começaram a contratar mão de obra e a preparar equipamentos que serão usados para moer cana e produzir etanol, em lugar de açúcar. Mas o mercado de combustíveis contará com oferta de álcool somente na segunda quinzena de abril, quando as usinas prometem colocar à disposição dos consumidores um volume de 1,3 bilhão de litros ao mês.

A resposta veio após uma série de reuniões com o governo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, exigiu que uma estratégia fosse montada, temeroso de que a alta dos preços do álcool empurre o valor da gasolina para muito além do desejável. Isso poderia pressionar ainda mais a inflação, que vem sendo domada pelo Banco Central, por meio do aumento da taxa básica de juros (Selic).