Título: BNDES acredita em perspectivas melhores para o próximo ano
Autor: Mônica Magnavita
Fonte: Gazeta Mercantil, 11/11/2004, Relatório da Gazeta Mercantil, p. 3

OBanco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES) destina ao crédito, este ano, R$ 43,7 bilhões, mas não há demanda suficiente para tomar todos esses recursos. O presidente do banco, Carlos Lessa, admite que os desembolsos ficarão abaixo do previsto. Executivos do setor privado argumentam que as empresas grandes conseguem captar recursos no exterior a taxas inferiores às cobradas pelo banco.

Além disso, os grandes investimentos em expansão, até o momento, estão restritos aos setores voltados para a exportação. Até outubro passado, os desembolsos do banco somaram R$ 31,8 bilhões, ou 45% acima do registrado no mesmo período do ano passado. A maior parte, conforme o superintendente da área da área de Planejamento do BNDES, Maurício Piccinini, destinou-se à indústria, à infra-estrutura e à agropecuária. Na indústria, a maior demanda partiu dos segmentos de frigoríficos, química e alimentos e bebidas, para os quais foram liberados R$ 11,3 bilhões até outubro.

Em contrapartida, as áreas de comércio e serviços aumentaram a demanda por crédito no Banco. Até setembro, os desembolsos, de R$ 12,9 bilhões, ultrapassavam o total de liberações de 2003, de R$ 12,8 bilhões. O crédito concedido pelo Banco para a infra-estrutura atingiu, entre janeiro e outubro deste ano, R$ 11,1 bilhões e para a agropecuária, R$ 5,6 bilhões.

O total de R$ 31,8 bilhões concedidos até outubro representam um crescimento de

Para o próximo ano, o Banco trabalha com um orçamento de R$ 60,8 bilhões. Com boas perspectivas, segundo o superintendente, principalmente porque com o crescimento da economia consolidado, o setor privado tenderá a desengavetar projetos maiores para a ampliação da produção. Os indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciam a reativação das vendas e produção de segmentos voltados para o mercado interno.

Além disso, com a redução da taxa básica de juro, em 2005, o custo do crédito interno será competitivo com o do mercado internacional. De qualquer forma, um dos segmentos continuará com forte demanda por crédito é o de pequenas e médias empresas para as quais, até outubro, os empréstimos do banco cresceram 29%.