Título: Novo incentivo aos investidores de bônus
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Fonte: Gazeta Mercantil, 06/09/2004, Internacional, p. A-11

O governo da Argentina oferecerá outro incentivo para os investidores participarem de sua reestruturação da dívida de US$ 100 bilhões, ao recomprar alguns títulos novos de dívida, pouco depois de serem emitidos, divulgaram jornais de Buenos Aires, na sexta-feira. O governo usará o dinheiro reservado em seu orçamento de 2005 para a recompra, de acordo com fontes, nos jornais La Nación, El Cronista e Ambito Financiero.

Um porta-voz do Ministério da Economia não quis confirmar ou negar as notícias.

A Argentina oferece a seus credores cerca de US$ 40 bilhões em novos bônus, em troca dos US$ 100 bilhões em dívida em moratória, desde 2002. Muitos grupos de credores rejeitaram a oferta.

Segundo os jornais, a Argentina irá primeiro usar os fundos reservados para o pagamento da dívida no orçamento do próximo ano para pagar os juros nos novos bônus a serem emitidos na troca.

Qualquer dinheiro que sobrar dentro do montante do orçamento reservado para a dívida será então usado para a recompra dos novos bônus, que dará aos investidores algum dinheiro e oportunidade para reduzir a carga de dívida argentina deles. A oferta, se confirmada, basicamente fará o acordo parecer mais atrativo aos credores que participarem da troca, enquanto deixa menos dinheiro para aqueles que tentarão ações legais para conseguir seu dinheiro de volta.

Analistas criticaram a estratégia de comunicação do governo nas negociações da dívida, afirmando que os freqüentes vazamentos para os jornais tornaram a oferta menos digna de confiança já que muitas notícias se mostraram ser incorretas posteriormente.

Inflação foi de 0,3% em agosto

Os preços para o consumidor na Argentina subiram 0,3 por cento em agosto, informou o Ministério da Economia, que considera a inflação relativamente controlada apesar da recuperação econômica.

A inflação totalizou 4,1% nos primeiros oito meses do ano, e a maioria dos analistas acredita que o aumento dos preços deve ficar dentro da meta prevista pelo Banco Central para 2004 de 7%. A economia argentina vem se recuperando rapidamente da crise de 2002, mas os preços se mantiveram estáveis na maior parte dos últimos dois anos à medida que a demanda de consumo se recupera.