Título: Transpetro quer todos os estaleiros em concorrência
Autor: Mônica Magnavita e Lívia Ferrari
Fonte: Gazeta Mercantil, 14/09/2004, Primeira página, p. A-1

BNDES financiará a construção dos 22 petroleiros. O edital da Petrobras Transportes, a Transpetro, que deverá sair nos próximos dias será formulado de modo a incluir todos os estaleiros interessados na construção dos 22 petroleiros pretendidos pela companhia. Os financiamentos serão concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a idéia é impor regras e cláusulas de garantias suficientes para compatibilizar a redução de riscos com a participação de todas as empresas que tenham condições técnicas de construir os navios.

De acordo com executivos a par do processo, os grupos do setor naval que estiverem inadimplentes com o BNDES poderão renegociar suas dívidas e participar da operação. À Transpetro interessa atrair o maior número possível de interessados. A liberação dos recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM), gerido pelo BNDES, será feita de acordo com as etapas de cumprimento da obra. Além disso, será constituída uma sociedade classificadora, dentro dos estaleiros, para fiscalizar o processo.

Com isso, o edital de licitação da Transpetro, aguardado com expectativa pelo mercado, promete equacionar um dos principais problemas do setor, que é a dificuldade de garantias para a tomada de financiamentos à construção de embarcações, cujos valores podem atingir até US$ 80 milhões por unidade. O próximo edital da Transpetro diz respeito a parte de um conjunto previsto de 50 navios, que promete alavancar a indústria naval brasileira. O grupo paulista Camargo Corrêa, por exemplo, anunciou recentemente a construção de um estaleiro no porto de Suape, em Pernambuco, com investimento de R$ 510 milhões, para participar da esperada reativação da indústria. Por meio de sua assessoria de imprensa, o grupo esclareceu que só espera a publicação do edital da Transpetro para apresentar-se à concorrência.

O BNDES, na condição de financiador, exige que o seguro dê garantia ao pagamento dos contratos. As seguradoras, por sua vez, defendem que ele deve garantir a própria construção e a entrega de cada navio, explica o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Navegação (Syndarma), Cláudio Decourt. Mônica Magnavita e Lívia Ferrari)