Título: Congresso perde espaço para eleições
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/04/2008, Politica, p. A9

São Paulo, 28 de Abril de 2008 - A semana de trabalho no Congresso vai perder espaço para as articulações em torno das eleições municipais. O presidente do Senado, Garibaldi Alves vai tentar amanhã conseguir um acordo com líderes partidários para definir as prioridades de votação na Casa para os próximos dias. A pedido do presidente do Senado, PSDB, DEM e PSB já lhe encaminharam listas de proposições legislativas que consideram prontas para serem votadas.

Entre as matérias que essas lideranças listaram para Garibaldi, constam propostas de emenda à Constituição (PEC) consideradas consensuais para votação, entre elas o voto aberto para os processos de perda de mandato parlamentar, aprovação ou exoneração de autoridades e a apreciação de vetos presidenciais. Há também proposta que redefine os critérios para inclusão dos suplentes nas eleições majoritárias para o Senado.

À frente de todas essas matérias resultantes de consenso entre os partidos, estão duas Medidas Provisórias (MPs) que abrem créditos extraordinários para diversos órgãos do governo. Logo que forem votadas, outras MPs já estarão prontas para serem lidas, bloqueando novamente a pauta de votações do Plenário.

Eleições

As disputas pelas prefeituras vão atrair parlamentares a seus estados de todas as legendas. A ministra do Turismo, Marta Suplicy, pode antecipar sua saída do cargo para disputar a prefeitura de São Paulo.

Enquanto isso, a briga entre os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin deve se acirrar. Serra, nos bastidores, apóia a candidatura de Gilberto Kassab, do DEM, atual prefeito, e articulou uma aliança com o PMDB de Orestes Quércia. Alckmin e seus seguidores se sentiram traídos com a estratégia e garantem que a candidatura própria tucana - de Alckmin - será anunciada nos próximos dias.

Em Minas Gerais, na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte, outra vez petistas e tucanos protagonizam as disputas. O governador tucano, Aécio Neves, vai insistir em apoiar uma candidatura do PSB para a prefeitura da capital mineira. O PT local concorda, mas a direção nacional do partido ameaça com punição os dirigentes mineiros que insistirem nessa aliança indireta com o PSDB.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(Redação)