Título: Superávit primário chega a 4,65% do PIB
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 30/04/2008, Nacional, p. A5

Brasília, 30 de Abril de 2008 - Favorecido por receitas tributárias crescentes e pelo atraso na votação do Orçamento do ano, o Governo Central - formado por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central - encerrou março com superávit primário (economia de recursos que o governo promove para pagar os juros da dívida pública) de R$ 10,753 bilhões. O crescimento foi significativo frente ao saldo positivo de R$ 5,204 bilhões obtido em fevereiro e de R$ 3,864 bilhões um ano antes. No primeiro trimestre, o Governo Central acumulou superávit primário de R$ 31,310 bilhões, ante R$ 18,920 bilhões em igual período do ano passado, mostraram os dados divulgados ontem pelo Tesouro. No mês passado, o Tesouro teve superávit de R$ 13,4 bilhões, a Previdência foi deficitária em R$ 2,6 bilhões e o Banco Central registrou resultado negativo de R$ 31,8 milhões. Acima da meta O superávit primário como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 4,65% no primeiro trimestre, frente a 3,16% em igual período de 2007. A meta estabelecida para o ano é de 2,2% do PIB. Para o secretário do Tesouro, Arno Augustin, os números do trimestre mostram a "solidez fiscal" do País e reforçam a expectativa de que a meta anual será cumprida. Ele acrescentou que o desempenho das contas foi influenciado pelo atraso na aprovação do Orçamento pelo Congresso, pois isso limitou a capacidade do governo gastar nos três primeiros meses do ano. O Orçamento foi aprovado em 12 de março, depois de o governo e o Congresso refazerem as contas das receitas e despesas previstas com o fim da CPMF. As despesas como proporção do PIB nominal caíram 3,7% no primeiro trimestre frente ao mesmo período do ano anterior. As receitas subiram 6% na mesma comparação. "Essa queda (das despesas) tende a não ser tão expressiva ao longo do ano, ou mesmo a não se manter, acrescentou o secretário do Tesouro. Ele argumentou que, independentemente do cronograma do Orçamento, os gastos do governo, principalmente com investimento, tradicionalmente tendem a acelerar ao longo do ano. Os investimentos do Governo Central nos três primeiros meses de 2008 aumentaram em ritmo superior ao das despesas totais, o que indica melhora no perfil dos gastos públicos, na avaliação de Augustin. Segundo o relatório do Tesouro, os investimentos aumentaram 20,8% de janeiro a março, em relação aos mesmos meses de 2007, enquanto o total das despesas cresceu 8,2%. No mesmo período, os gastos com pessoal subiram 6,6%. Na comparação com o crescimento nominal do Produto Interno Bruto (PIB), o conjunto das despesas caiu 3,7% e os gastos com funcionários caíram 5,2%. Os recursos para investimentos, no entanto, cresceram 7,4% sob esse critério. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Agência Brasil e Reuters)