Título: Número de pedidos de marcas cresceu 13,5% no último ano
Autor: Elias, Juliana
Fonte: Gazeta Mercantil, 13/05/2008, Direito Corporativo, p. A12

São Paulo, 13 de Maio de 2008 - O número de pedidos de registro de marca feitos junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável por estes processos no País, cresceu 13,5% em no ano passado em relação a 2006. O levantamento, exclusivo da Gazeta Mercantil, foi feito pelo escritório Emerenciano, Baggio e Associados. De acordo com o estudo, em 2006 foram 94.660 pedidos de empresas dos setores de serviços, comércio e indústria para registro de nova marca. Em 2007, esse número subiu para 107.446. Para o advogado Sérgio Emerenciano, coordenador da pesquisa, o aumento se deve a dois fatores principais: a tomada de uma consciência maior por parte dos empreendedores a respeito da importância da marca e o aumento de investimentos internos e externos no País, que estimulam a conscientização e a valorização deste processo.O advogado também destaca o crescimento acelerado da indústria e do mercado consumidor no último ano. "A indústra avançou muito nos últimos doze meses, principalmente entre as classes C e D. Isso implica na criação de novos produtos e novas marcas, o que impulsiona o número de registros", explica Emerenciano. "A indústria está aprendendo que a propriedade intelectual pode ser muito explorada, até mais que o próprio negócio. Em alguns casos, todos os ativos da empresa somados valem menos que a marca que ela possui", conta ele. "É disso que estamos tomando consciência", complementa o advogado. Bom momento O patamar de registros em 2007 só se equivale ao observado em 2000, quando o INPI recebeu 107.749 processos para o registro de novas marcas - pouco mais de 300 que no ano passado e um crescimento de 16% em relação a 1999. "Naquela época estava se encerrando o ciclo de privatizações no País, havia um aumento do capital estrangeiro e o mercado estava aquecido, salvo a crise do dólar que vinha enfrentando", explica Sérgio Emerenciano. "É uma situação bem semelhante à que verificamos hoje." Apesar de apostar na tendência de alta, o advogado reconhece que o Brasil ainda tem muito o que crescer. "Nos mercados mais desenvolvidos, como Estados Unidos e União Européia, por exemplo, há pelo menos o dobro de registros ao ano em relação ao Brasil." Emerenciano conta ainda que apenas 25% das empresas novas que surgem no Brasil levam suas marcas levadas a registro. "Ainda é pouco", avalia. Mesmo assim, o advogado especializado em propriedade intelectual reconhece o avanço do País. "Há 15, 20 anos, quando entrei nesse ramo, o Brasil tinha uma média entre 30 e 40 mil de processos para novas marcas ao ano. Já estamos num bom caminho", conclui o advogado. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 12)()