Título: Desmatamento recua na Mata Atlântica
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/05/2008, Nacional, p. A4

São Paulo, 28 de Maio de 2008 - O desmatamento recuou na região da Mata Atlântica mas a fragmentação ainda é um fator que ameaça a biodiversidade nas áreas de florestas que ainda restam. Dados divulgados ontem pela organização SOS Mata Atlântica confirmaram a redução de 69% na taxa de desmatamento no período de 2000 a 2005. A cobertura florestal abrange 97.596 quilômetros quadrados, que correspondem a 7,26% das florestas originais que cobriam 1,3 milhões de quilômetros quadrados em 17 estados brasileiros. O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, elaborado pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrou que, apesar do resultado positivo, ainda ocorre perda de floresta na região. No ranking do desmatamento, o primeiro posto coube a Santa Catarina, que suprimiu 45.530 hectares de florestas no período analisado. Em seguida vem Minas Gerais (41.349 hectares), Bahia (36.040 hectares), Pará (28.238 hectares), Mato Grosso do Sul (10.560 hectares), São Paulo (4.670 hectares) Goiás (4.059 hectares), Rio Grande do Sul (2.975 hectares), Espírito Santo (778 hectares) e Rio de Janeiro (628 ha). As mudanças no Ministério do Meio Ambiente, com a posse de Carlos Minc em substituição da Marina Silva, foram bem recebidas. Segundo Mario Mantovani, diretor de mobilização da Fundação SOS Mata Atlântica, o desempenho de Minc no Rio de Janeiro deixou uma impressão favorável. "Quando o Rio de Janeiro foi campeão de desmatamento de 1985 a 1990, o secretário (Minc) promoveu uma grande mobilização para reverter esse quadro. Foi para as ruas, criou legislação, fiscalizou, denunciou e educou", diz Mantovani. Este trabalho de militância pode ajudar o ministério neste momento. "Sangue novo e oxigenado, com boa dose de mídia, vai ajudar o Ministério do Meio Ambiente a sair do corner para onde a Marina foi empurrada na luta contra o governo", afirma. Mantovani comentou as declarações do governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, que não é possível produzir alimentos sem a ocupação do espaço e alteração dos biomas. Para Mantovani, "o governador deu declarações de fanfarrão." (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 4)(Jaime Soares de Assis)