Título: País tem folga para administrar corte de 10%
Autor: Morais, Márcio de
Fonte: Gazeta Mercantil, 12/09/2008, Nacional, p. A8

Rio de Janeiro, 12 de Setembro de 2008 - Há margem folgada para o Brasil administrar o corte de 10% no fornecimento de gás da Bolívia. Com base na distribuição do consumo do gás no País, especialistas concluem que esforços do governo e da Petrobras livrariam tanto indústria brasileira como consumidores residenciais e motoristas que utilizam o combustível limpo. O redirecionamento do gás natural de térmicas e refinarias para outros mercados já seria suficiente para suprir os 15 milhões de metros cúbicos que poderiam ser suspensos por causa do conflito no país vizinho. Em planos de contingência, a Petrobras procura abastecer suas refinarias com óleo combustível em vez de usar o insumo. Também cogita diminuir volume de gás hoje destinado ao aumento de produtividade dos campos. O consumo próprio da empresa é de 8 milhões de metros cúbicos, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). A geração de energia elétrica por fontes alternativas às térmicas a gás, coordenada pelo Operador Nacional de Energia Elétrica (ONS), poderia poupar 10 milhões de metros cúbicos de gás, segundo fontes. O secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, Júlio Bueno, avalia que o plano de contingência com redirecionamento de gás das térmicas basta para contornar problemas com a Bolívia "Achamos exagero que corte de 50% do gás boliviano resulte em racionamento", disse Reinaldo Fernandes, coordenador-geral do Comitê de Gás Natural Veicular do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). De acordo com a Petrobras, a produção de gás natural no País é de 57 milhões de metros cúbicos/dia. Boletim sobre o setor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), refinarias e poços de petróleo, da própria Petrobras, consomem 14 milhões de metros cúbicos. Outros 16 milhões são desperdiçados na queima e reinjeção aos poços produtores. Cerca de 10,2 milhões voltam para os poços por falta de escoamento, gasoduto ou outro destino. E 6 milhões queimam nas plataformas no processo de extração de petróleo associado a gás. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)(Sabrina Lorenzi)

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