Título: Angústia desde 2009
Autor: Àlvares, Dèbora
Fonte: Correio Braziliense, 04/05/2011, Brasil, p. 8

O voo 447 da Air France decolou do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, às 19h30 de 31 de maio de 2009, e deveria chegar a Paris às 6h10 do dia seguinte. Após enviar uma mensagem de pane elétrica, o avião desapareceu dos radares, pouco depois das 23h, próximo ao arquipélago de Fernando de Noronha. As primeiras buscas foram iniciadas rapidamente, mas apenas em 2 de junho, 50 corpos e uma parte da cauda do avião foram encontrados. Outras três operações foram realizadas posteriormente, todas sem sucesso. Entretanto, em 4 de abril deste ano, durante a quarta etapa de buscas, considerada a última chance de localizar as caixas- pretas da aeronave, destroços foram descobertos. O governo francês informou ter localizado corpos presos a uma parte da fuselagem e a declaração provocou reações diversas. Após o vaivém de informações ¿ ora de que os restos mortais seriam resgatados e haveria a possibilidade, inclusive, de identificá-los; ora de que os corpos podem não resistir ao processo de retirada do fundo mar, pois estão a quase 4 mil metros de profundidade ¿, o presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447, Nelson Faria Marinho, que perdeu um filho na tragédia, classificou a declaração de ¿precipitada¿. Outros membros da entidade, como Maarten van Sluys, cuja irmã morreu no desastre, não acreditam que seja possível realizar o resgate. (DA)