Título: Saldo maior na balança
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 02/06/2011, Economia, p. 16

O saldo positivo da balança comercial de maio saltou 89,4%, passando de US$ 1,863 bilhão para US$ 3,448 bilhões, conforme dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

As exportações brasileiras cresceram 25,2% na comparação com maio de 2010 e bateram recorde histórico ao somarem US$ 23,211 bilhões. Em relação a abril, os embarques caíram 0,6%, quando considerado o critério de média diária de operações no mês, de US$ 1,055 bilhão. As importações aumentaram 31,8% e totalizaram US$ 19,682 bilhões na comparação anual. Na variação mensal, recuaram 7,2%, chegando a US$ 678 milhões por dia útil.

Ao ser questionado pelo Correio, o secretário executivo do MDIC, Alessandro Teixeira, minimizou o impacto da adoção de licenças não automáticas para vários produtos, como automóveis, medidas que na prática restringem o desembarque de itens estrangeiros. ¿Ainda não temos como medir essa queda das importações¿, disse. Para ele, o fluxo foi ampliado, em grande parte pelo aumento da compra de petróleo e pela forte alta dos preços das commodities, como minério, óleo de soja e café. No entanto, o secretário reconheceu que uma parte da queda na receita média se deve ao bloqueio das importações de veículos.

A soma das importações e das exportações entre janeiro e maio, de US$ 180,674 bilhões, indica que um novo recorde será atingido até o fim do ano. ¿Nesse ritmo devemos superar a meta de exportação, de US$ 245 bilhões. Se a média diária continuar no ritmo de US$ 1 bilhão, com certeza, a meta será superada¿, afirmou Teixeira.

Fluxo positivo A diferença entre o ingresso e a saída de dólares no país em maio deixou um saldo positivo de US$ 5,6 bilhões. O resultado foi influenciado exclusivamente pelas trocas comerciais com outros países. Com o aumento das exportações nesse período e com várias empresas repatriando o lucro das vendas no exterior, a conta da balança de comércio do Brasil ficou positiva em US$ 6 bilhões. O mesmo não ocorreu no setor financeiro, que, pelo segundo mês consecutivo, ficou no vermelho com um valor negativo de US$ 456 milhões. No acumulado do ano, o movimento de moeda estrangeira no país soma superavit de US$ 42,7 bilhões. O volume de recursos fez o Banco Central retirar do mercado US$ 4,1 bilhões em maio, elevando as reservas internacionais para US$ 332,4 bilhões. Ontem, a divisa norte-americana fechou o dia cotada a R$ 1,596, com alta de 1,01%.