Título: Salto de 12,1% apesar da crise
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 18/06/2011, Economia, p. 18

Em plena crise econômica mundial, a construção brasileira crescia a um ritmo anual de 12,1%, embalada pela oferta de crédito habitacional e investimentos públicos diretos. A Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que empresas do setor realizaram incorporações, obras e serviços que somaram R$ 199,5 bilhões em 2009. Além das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em infraestrutura, a melhora dos indicadores de renda e emprego também ajudou. A pesquisa ouviu 18,4 mil firmas.

Segundo Fernando Abritta, gerente do IBGE responsável pela Paic, a construção já vinha crescendo com força nos últimos anos e conseguiu manter o desempenho, apesar de ter começado 2009 em leve desaceleração. As contratações de obras feitas por entidades públicas somaram R$ 85,5 bilhões naquele ano, contra R$ 68,6 bilhões em 2008. O total respondeu por 44,1% das construções.

O levantamento feito em todo o território nacional revelou ainda que o número de empresas no setor também subiu, passando de 57 mil em 2008 para quase 63,7 mil no ano seguinte. Elas empregaram 2 milhões de pessoas, com a admissão líquida (o saldo que inclui as demissões no período) de 177,2 mil trabalhadores.

Esse fator favoreceu o aumento do número de pessoal ocupado, que pulou de 1,8 milhão para 2 milhões. Por outro lado, a mão de obra encareceu. Os salários pagos aumentaram de R$ 38,7 bilhões em 2008 para R$ 48,2 bilhões em 2009. A renda média do setor saiu de R$ 1.095 para R$ 1.196 ¿ mais 9,2%. O gasto do setor com o pessoal ocupado absorveu 30,3% dos custos e despesas das empresas, ante 29,2% em 2008. O gasto com material de construção recuou para 24,9%.