O DF tem se destacado na imunização contra o HPV. A procura pela vacinação, informada no balanço feito pelo Ministério da Saúde, mostra que, enquanto em todo o país apenas pouco mais de 18% do público-alvo recebeu a imunização, na capital, o número alcança quase 70%. Outra diferença é que, por aqui, o sistema não é o mesmo: nacionalmente, meninas entre 11 e 13 anos recebem a segunda de três doses. Em Brasília, são as garotas entre 9 e 13 que devem receber a terceira.

Segundo Cristina Segatto, gerente de vigilância epidemiológica e imunização da Secretaria de Vigilância em Saúde, 900 instituições de ensino estão contempladas. “Com as equipes dentro das escolas, a taxa de evasão foi mínima. Agora, estamos no fim da terceira fase e só faltam ser contempladas as garotas que não compareceram à aula no dia”, afirma Segatto. “Nós avisamos aos diretores das escolas para elas levarem as carteiras de vacinação nos dias. Para as que faltaram, deixamos um documento com a direção para possam levar ao hospital regional ou centro de saúde mais próximo”, explica. A última etapa de 2014 está para terminar no DF. Restam apenas as meninas que não compareceram ao colégio no dia de visita das equipes de saúde.

O especialista em HPV e pesquisador do departamento de microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) Enrique Boccardo afirma, entretanto, que não há nenhuma prova de que haja efeitos colaterais decorrentes da vacina. “Cerca de 80% das mortes causadas por câncer de colo de útero são em países em desenvolvimento, como o Brasil. Uma vacina dessa defende uma pessoa de ter desde uma verruga até um câncer. A vacina é fundamental”, diz.

Cristina Segatto lembra o sucesso da vacinação na extinção de outras doenças. “A varíola parou de existir com a vacina e a poliomelite foi extirpada das Américas do mesmo jeito. É de suma importância pais e mães vacinarem seus filhos”, afirma. “Vacinamos 60 mil meninas no ano passado e não tivemos problemas. Eles podem ocorrer, mas o observado historicamente é a eficiência no combate a doenças perigosas”, finaliza.

900
Quantidade de escolas que recebem acompanhamento da Secretaria de Saúde em Brasília

“Com as equipes dentro das escolas, a taxa de evasão foi mínima. Agora, estamos no fim da terceira fase e só faltam ser contempladas as garotas que não compareceram à aula no dia”
Cristina Segatto, gerente de vigilância epidemiológica e imunização da Secretaria de Vigilância em Saúde