Título: Itália segue em risco
Autor: Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 02/07/2011, Economia, p. 13

O plano de reduzir o deficit público italiano e cortar 47 bilhões de euros do orçamento até 2014, anunciado na quinta-feira pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi, não afastou os temores de contágio da crise da Grécia sobre a economia da Itália. A agência de classificação de risco Standard and Poor"s (S&P) divulgou comunicado ontem, no qual apontou que ainda há riscos sobre as finanças do país. A instituição afirmou que ainda avalia a possibilidade de rebaixar a nota italiana.

"Apesar destas medidas, continuamos pensando que existem riscos substanciais em relação ao plano governamental de redução da dívida, primeiramente devido às frágeis perspectivas de crescimento da Itália", destacou a S&P.

Embora o nervosismo do mercado tenha reduzido após a aprovação do pacote de austeridade de 28 bilhões de euros da Grécia, investidores ainda vasculham sinais de problemas semelhantes em outras economias. No caso da Itália, o alto endividamento e o fraco crescimento econômico são as principais preocupações.

Em Copenhague, o governo dinamarquês anunciou ontem que vai promover uma limpeza no setor bancário e oferecer garantias para estrangeiros que concedem empréstimos para os bancos dinamarqueses. Uma onda de falências acometeu o sistema financeiro e congelou as linhas internacionais de crédito para várias instituições do país.

Na semana passada, o nono banco na Dinamarca entrou em colapso desde a crise financeira de 2008, levantando a desconfiança de que o problema pode se espalhar. "Durante o verão deveremos apresentar uma estrutura concreta que tornará possível para os bancos saudáveis ajudarem aqueles com necessidades", disse ontem o ministro da Economia, Brian Mikkelsen.

Resgate O Banco de Moscou recebeu ontem o maior pacote de ajuda da história da Rússia, depois que uma tentativa de compra por outro banco revelou um rombo na contabilidade da instituição. O resgate somou US$ 14 bilhões, valor superior aos US$ 9 bilhões em financiamentos de alto risco, detectados na carteira de crédito. A suspeita é de que as operações tenham sido feitas de forma fraudulenta, expondo os ativos do banco.