Após 39 dias de fuga, prefeita se entrega à PF

 

Foragida há 39 dias, a prefeita afastada do município de Bom Jardim, no Maranhão, Lidiane Leite, de 25 anos, entregouse ontem à Polícia Federal. A prefeita era procurada desde 20 de agosto, quando a PF deflagrou a Operação Éden para investigar desvios na verba de Educação da cidade, pelos quais Lidiane é investigada.

REPRODUÇÃOAfastada do cargo. Nas redes sociais, Lidiane exibia vida de luxo: “O dinheiro tá sobrando”

Ela chegou à sede da PF, em São Luís, acompanhada de dois advogados, no início da tarde. Foi interrogada pelos policiais e depois levada ao Instituto Médico- Legal ( IML) para fazer exame de corpo de delito.

Lidiane é conhecida como a prefeita ostentação. Antes de ser eleita, vendia leite na porta da casa da mãe para sobreviver. Ela viu a vida mudar após iniciar um namoro com o fazendeiro Beto Rocha. Em 2012, Rocha foi candidato a prefeito de Bom Jardim, mas teve a candidatura impugnada e lançou a namorada em seu lugar. Lidiane acabou eleita com 50,2% dos votos válidos.

Após a eleição, Lidiane começou a ostentar, nas redes sociais, viagens, festas, roupas caras, veículos e passeios. “Eu compro o que eu quiser. Gasto sim com o que eu quero. Tô nem aí pra o que achem. Beijinho no ombro pros recalcados”, escreveu na internet. Em outro post, completou: “Devia era comprar um carro mais luxuoso pq graças a Deus o dinheiro tá sobrando ( sic)”.

Antes da repercussão das denúncias de desvios de verbas da Educação, a prefeita já havia sido afastada do cargo três vezes. Suspeito de participar dos desvios, Beto Rocha, que tinha ganhado o cargo de secretário de Assuntos Políticos de Bom Jardim, foi preso no dia 20 de agosto pela Polícia Federal, investigado por transferências frequentes de aproximadamente R$ 1 mil da conta da prefeitura para a conta pessoal de Lidiane. Juntos, os depósitos chegaram a R$ 40 mil em um ano.

A prefeita ganhou destaque na imprensa internacional com sua fuga. A PF chegou a afirmar que ela estava na lista vermelha da Interpol, mas Lidiane não chegou a ser incluída.

Lidiane já havia sido afastada do cargo outras vezes. A primeira foi em 2014 por denúncias de improbidade administrativa. Em dezembro de 2014, a Justiça do Maranhão determinou seu afastamento por 180 dias pela falta de regularização das aulas e do fornecimento de merenda escolar