Correio braziliense, n. 19285, 14/03/2016. Política, p. 2

UM CORO CONTRA A CORRUPÇÃO

CRISE NA REPÚBLICA

 

As cores verde e amarela tomaram conta do país. Atrelada às críticas contra o governo, a camisa do Brasil vestiu boa parte das cerca de 3 milhões de pessoas que saíram às ruas de todas as capitais e outras cidades para pedir o afastamento da presidente Dilma Rousseff do poder e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os protestos superam em números o movimento Diretas Já e a maior manifestação anti-Dilma do ano passado, que ocorreu também em março. Nas duas ocasiões, mais de 1,5 milhão de pessoas protestaram. Os atos foram, em grande parte, pacíficos.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o ato na Avenida Paulista teve a presença de 1,4 milhão de pessoas. A Polícia Militar não registrou incidentes. Brasília registrou o maior ato anti-Dilma desde que a petista assumiu o segundo mandato.

De acordo com a PM, 100 mil pessoas tomaram conta da Esplanada. O número é o dobro da maior mobilização, em março do ano passado, que teve 50 mil. Outra capital que registrou grande volume de manifestantes foi Curitiba, onde mais de cerca de 150 mil brasileiros pediram a saída de Dilma. No Rio de Janeiro, a polícia não divulgou os números.

O atos acirram a tensão no Palácio do Planalto, que teme o aumento de combustível para o julgamento das quatro ações a que Dilma responde no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em São Paulo, o ato teve forte caráter político, com a presença dos principais nomes da oposição. Por todo o país, nas faixas, havia odes ao juiz Sérgio Moro, à frente da Operação Lava-Jato, referências aos escândalos de corrupção, e pedidos dos mais variados pela saída do PT. Teve também bonecos de Lula e de Dilma representando presidiários.