Título: Ele uniu o país
Autor: Tranches, Renata
Fonte: Correio Braziliense, 19/10/2011, Mundo, p. 16

Quando foi capturado, há mais de cinco anos, Gilad Shalit era apenas um jovem de 19 anos que ajudava os pais na gestão de uma pousada em Mizpe Hila, um pequeno vilarejo da Galileia. Nas Forças de Defesa de Israel, atuava como condutor de tanques de guerra. Em junho de 2006, a vida do israelense tímido, que gostava de jogar basquete e era fã de ciclismo, mudou. Durante uma operação palestina, na fronteira sul da Faixa de Gaza, Shalit foi ferido e capturado por militantes do movimento islâmico Hamas. Dois de seus companheiros foram mortos e um ficou gravemente ferido.

Um dia após a captura, o Hamas chegou a exigir a libertação imediata de todas as mulheres e jovens palestinos que haviam sido detidos pelo governo de Israel, em troca de Shalit, mas não obteve sucesso. Desde então, o soldado se tornou uma espécie de moeda de negociação entre as duas nações, que vivem em conflito há décadas. Algumas cartas escritas pelo israelense chegavam aos familiares e davam o panorama da situação. Em outubro de 2009, um vídeo de Shalit mostrava que o jovem continuava vivo. Em uma cultura onde o alistamento para o Exército é algo obrigatório, o caso de Shalit virou causa nacional. Os pais de Shalit acamparam por 1 ano e 4 meses diante da residência do primeiro-ministro, em Israel, e distribuíram banners e fitas com o nome do filho.