Correio braziliense, n. 19352, 20/05/2016. Política, p. 4

Segue a polêmica do MinC

João Valadares

A presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), falou pela primeira vez sobre a polêmica extinção do Ministério da Cultura, que tem provocado fortes reações da classe artística brasileira. Em um bate-papo com internautas numa rede social, a petista classificou de “pura demagogia” a incorporação da pasta da Cultura pelo Ministério da Educação.

Ela ressaltou que a pasta foi criada logo após o período da ditadura militar. “É como se eles quisessem voltar ao passado autoritário. Uma Secretaria Nacional de Cultura não tem a capacidade de atender às demandar e necessidades da população. Não tem a estrutura necessária para atuar, levando em conta a amplitude, a complexidade e a diversidade cultural brasileira”, salientou.

Em razão da medida tomada pelo governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), já são 16 estados com espaços do MinC ocupados. O objetivo do movimento, formado por servidores e classe artística, é ocupar prédios em todas as unidades da Federação até segunda-feira.

 

Na quarta-feira, a Funarte, em Brasília, foi ocupada. Ontem, a Frente Brasil Popular chamou uma reunião do seu núcleo de cultura para definir estratégias de manutenção da pasta. Hoje, no auditório Museu da República, ocorre uma assembleia geral dos trabalhadores do chamado Sistema MinC. Às 17h, será realizado ato político de protesto em frente ao prédio da EBC contra o desmonte da empresa e exoneração do então presidente, Ricardo Melo. Em seguida, por volta das 19h, ocorre o ato “Fora, Temer!”, em frente ao Museu da República, contra o desmonte do MinC e dos ministérios das Comunicações, das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, do Desenvolvimento Agrário e de Ciência e Tecnologia.