Título: Mutirão para aprovar a DRU
Autor: Amado, Guilherme
Fonte: Correio Braziliense, 06/12/2011, Política, p. 5

Presidente Dilma reuniu líderes governistas e pediu aos senadores que não apresentem emendas ao texto original para evitar mais atrasos

A presidente Dilma Rousseff foi incisiva ontem durante a reunião de coordenação política e pediu esforço aos líderes aliados presentes na aprovação da emenda que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU) ainda este ano. "A presidente está preocupada, orientou preventivamente os senadores a não apresentarem emendas ao texto original", contou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). A ideia é forçar os senadores a não apresentar emendas que atrasem ainda mais a votação.

A presidente e os parlamentares traçaram ontem uma estratégia para garantir a votação ameaçada pelo calendário apertado e pela barganha que senadores da base aliada têm feito com o tema. A intenção é que, na próxima quinta-feira, a emenda seja votada em primeiro turno. O segundo turno está planejado para 22 de dezembro, penúltimo dia parlamentar antes do recesso. "Estamos confiantes de que esse calendário será cumprido à risca, mas já temos um plano B caso não ocorra", explicou um assessor palaciano.

Para amenizar o atraso, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e os líderes no Senado, Romero Jucá, e no Congresso, José Pimentel (PT-CE), reuniram-se na noite de ontem para acertar um cronograma mínimo de votação para que a matéria seja aprovada ainda esse ano. O plano B é uma autoconvocação para uma votação no dia 28 de dezembro, na qual não existe a necessidade de remuneração extra para que os parlamentares venham a Brasília.

Os prazos ficaram mais escassos após a manobra do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que, sem combinar com o Planalto, colocou na pauta desta semana a Emenda 29, que fixa gastos dos três níveis de governo na área da saúde. Sarney alegou depois ter sido apenas um cochilo, mas os articuladores palacianos interpretaram o gesto de Sarney como um recado político de que o governo precisa aproximar-se mais do presidente do Senado.